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Download do livro em PDF - CHAIA - Universidade de Évora

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de André Monteiro e o Nascer do Sol de José Francisco cuja «graça, verdade, e certa<br />

ingenuidade do pincel, lhe prestam um mimo, uma beleza própria e original».<br />

O texto de Silva Túlio, de menor importância do ponto de vista crítico, limita-se<br />

a fazer a enumeração das obras presentes na mesma exposição e a referenciar os<br />

alunos premiados «pela invenção, copia e execução das obras que fizeram».<br />

O Jornal das Belas Artes. Almeida Garrett e a<br />

Exposição de 1843<br />

Almeida Garrett dedicou à exposição da Academia das Belas Artes um longo artigo,<br />

seguindo na análise crítica das obras, a mesma ordem que apresentava o «folheto<br />

distribuído na ocasião» em que decorreu a exposição. Começou pelos «três<br />

lindos esbocetos», a «Morte de Santa Teresa», a «Assunção de Nossa Senhora» e<br />

a «Ascensão de Cristo», pertencentes ao professor de desenho histórico Joaquim<br />

Rafael, refere depois os quatro retratos apresentados por Roquemont «admiráveis<br />

de semelhança, sobressaíam pela correcção do desenho, vigor do colorido, e franqueza<br />

do pincel». Os retratos do «Barão de Sarmento» e do «Marquês de Viana»<br />

que «verdadeiramente pareciam falar» denotando contudo «alguma dureza, e pouca<br />

transparência de tinta». Nos quadros de género apresentados pelo mesmo pintor,<br />

estranho à academia, Garrett distinguia os que abordavam costumes portugueses:<br />

«O Pároco da Aldeia pedindo o folar» pelo «belo efeito de óptica, um colorido<br />

vigoroso, e grande partido de claro-escuro», e «A Volta da Ronda da freguesia» pelo<br />

«grande mérito» que apresentava. Referindo-se ao primeiro destes dois quadros,<br />

Garrett afirma que Roquemont se fizera artista português: «artista português legítimo<br />

como oxalá que sempre sejam todos os nossos naturais». Deste modo sublinha<br />

as intenções programáticas do Jornal das Belas Artes, que pretendia promover e<br />

divulgar o que acreditava não existir em Portugal – um culto nacional das artes entre o<br />

povo. Este culto foi Garrett encontrar num estrangeiro acolhido pela Academia de<br />

Belas Artes. Para a pintura de história o grande nome era o do professor A. M. da<br />

Fonseca que apresentara «Eneias Salvando o pai a Anquises». Garrett não esconde<br />

o prazer que sentiu ao observar este quadro: «Fonseca [...] ousou competir com<br />

Virgílio, a eterna desesperação dos românticos, o Heitor – digo pouco – o Paládio<br />

da Ilion clássica, onde não entrará o fraudulento cavalo de seus inimigos em quanto<br />

ele existir, porque não há nem haverá Aquiles na moderna escola que possam e<br />

valham contra ele». A composição era «bela na harmonia e composição das linhas»,<br />

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