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Download do livro em PDF - CHAIA - Universidade de Évora

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pela promoção da iniciativa privada, desencadeado uma torrente de outros eventos<br />

que agitavam várias vertentes do panorama nacional. Prosseguia enunciando algumas<br />

exposições que tinha despoletado: sendo a mais recente a exposição distrital<br />

de Coimbra; no ano anterior a de Aveiro; e «No Porto, uma forte e bem dirigida<br />

associação em que se aggruparam todas as boas vontades, e todas as illustrações, a<br />

Sociedade de instrucção, tem realisado sucessivamente, em curto espaço de tempo,<br />

uma serie de exposições notaveis e de incontestada e incontestavel utilidade publica».<br />

Notava também que a iniciativa privada tinha sido benfazeja para as Belas-<br />

Artes, dando os seus frutos através do Grupo do Leão, grémio independente de<br />

projectos oficiais.<br />

Quanto à Teoria da Arte, apesar do aumento da escrita sobre a vida artística em<br />

geral, verificámos que se escreveram menos artigos directamente relacionados com<br />

esta reflexão do que na década anterior. A quase ausência de publicação de textos<br />

em língua castelhana, que nos anos 70 concederam um decisivo apport, é outra significativa<br />

diferença. Por entre considerações de vária ordem surgiam pinceladas de<br />

Teoria. Mariano Pina, por exemplo, era capaz de emitir acesos elogios à Arte: «só a<br />

arte nos consola, nos dá saúde e nos dá força e nos dá coragem, só a Arte faz com<br />

que possamos passar horas e horas em conversa muda e mysteriosa com o nosso<br />

espirito, com o nosso coração e com a nossa alma…Como eu te venero, ó Arte!» 32<br />

III. A década de 90: prolongamentos e «trágicas<br />

fantasias» nos tempos nephelibathas<br />

Os anos 90 começaram de forma pouco auspiciosa: «Que lugubre e sinistro começo<br />

d’anno tem sido o d’este anno de 1890, que ha vinte dias começou o seu<br />

reinado!» - lamentava Gervásio Lobato na «Chronica Occidental». De resto, foi no<br />

dia do suicídio (uma epidemia da época) do seu amigo Júlio César Machado, que<br />

explodiu a aterradora notícia do Ultimato.<br />

A morte de Silva Porto, em 1893, causou um profundo abalo no equilíbrio do panorama<br />

artístico, mas os periódicos foram mais prolixos na cobertura do suicídio de<br />

Soares dos Reis na década anterior. O Antonio Maria registou isso mesmo, lamentando<br />

que o falecimento do Pintor tivesse sido encarado pela imprensa como facto<br />

secundário, asseverando que a par de Antero, Lupi, Camilo Castelo Branco e Soares<br />

32 A Illustração, nº12, 20 de Junho de 1886, p.178.<br />

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