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Download do livro em PDF - CHAIA - Universidade de Évora

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ecebido pareceres negativos, porque para integrar os terrenos à volta, Conceição<br />

Silva criou uma espécie de outra muralha com edifícios de onze andares, ou sete<br />

andares, o que não estava de acordo com o equilíbrio da cidade de Évora. Ele queria<br />

aplicar o conceito desenvolvimentista de arranha-céus, foi por isso que não foi<br />

aceite. Normalmente, quando se assinava o contracto do plano geral, as Câmaras<br />

permitiam que se assinassem os planos parciais, ou os planos de pormenor. A grande<br />

diferença entre o chamado plano de pormenor e o de loteamento, é que o primeiro<br />

é encomendado pela Câmara, o segundo é encomendado por um particular, e esse<br />

particular tem de pagar a possibilidade de mudar a função de terreno rural, para<br />

urbano. Ou seja, pagar as infra-estruturas, o que são as infra-estruturas? São a rede<br />

viária, os esgotos, a água, a electricidade. Ora, muitos desses bairros clandestinos<br />

eram quintas que viviam o seu ancestral equilíbrio ecológico com os poços, com as<br />

noras, etc. Mas quando começou a viver muita gente ali, passaram a não ter condições<br />

de habitabilidade e o plano teoricamente iria fazer isso.<br />

Évora possui ainda os edifícios classificados. O monumento como peça única tem<br />

à volta a área de protecção. Évora tem uma muralha, quer expressa, quer integrada<br />

nalguns edifícios. Entre dois eixos, que é a estrada que vai para Lisboa, e a estrada<br />

que vai para Arraiolos, foi desenvolvido, na própria Direcção Geral, o chamado<br />

plano de estrutura. Ou seja, a zona chamada da Quinta da Malagueira, que não é só<br />

aquele plano do arquitecto Siza Vieira, foi feito na Direcção Geral de Urbanização,<br />

que passou a chamar-se de Planeamento Urbanístico. Um plano de estrutura, que<br />

referia as pré-existências: cinco bairros clandestinos, um colégio de religiosas, as<br />

Doroteias, uma quinta lindíssima que era a da Malagueira, e portanto, era uma zona<br />

que tinha um dinamismo próprio. Para desenvencilhar o problema o Secretário de<br />

Estado pós-25 de Abril, o arquitecto Nuno Portas, que conhecia muito bem a zona,<br />

fez um despacho, dizendo: «-faça-se». Eu trabalhei nesse plano juntamente com o<br />

arquitecto Campos Matos, e fez-se o plano a Oeste de Évora, para desembaraçar<br />

uma situação. Nós na Direcção Geral, tínhamos uma ideia de equilíbrio, que é o<br />

que vai dar origem depois à chamada recuperação urbana. Cria-se aqui um plano a<br />

Oeste de Évora, é dado à Câmara, para ela poder geri-lo rapidamente. Nessa altura,<br />

como o arquitecto Álvaro Siza estava sem trabalho, tinha estado lá fora e ganhando<br />

uma série de prémios, encomendaram-lhe a Malagueira, que não está toda feita, e<br />

que, foi muito mal recebida na altura. Já agora chamo a atenção porque há uma tese<br />

muito interessante, defendida em Coimbra pelo arquitecto Bandeirinha, que é o<br />

levantamento dessas experiências pós 25 de Abril, sobre o dinamismo de cada sítio,<br />

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