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Download do livro em PDF - CHAIA - Universidade de Évora

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Vemos nas nossas praças esculturas de grandes dimensões em betão armado, em<br />

aço cortene, peças com materiais de síntese ou vidro. Escultores com vocação mais<br />

tecnológica têm participado deste esforço de modernização, pesquisando e integrando<br />

na sua arte as novas técnicas que, por vezes, são comuns a outros sistemas<br />

construtivos como a engenharia, a arquitectura e o design.<br />

O século XX foi um século de grandes transformações, cuja evolução se reflectiu<br />

no campo estético por sucessivas rupturas provocadas pela introdução de novos<br />

conceitos e expressões artísticas. Sendo difícil resumir um tão extenso período de<br />

experiências e movimentos estéticos, proponho-me apenas desenhar no tempo e<br />

na história, de um modo rápido e sucinto, a linha condutora que, ao longo do século<br />

passado despertou e equacionou a cultura científica e tecnológica subjacente à<br />

arte contemporânea. Procurarei definir algumas linhas evolutivas, associando artistas<br />

que desenvolveram uma experimentação artística que inclui novos materiais e novos<br />

conceitos de espaço e de tempo.<br />

1 - A escultura e as rupturas estéticas do séc. XX<br />

Começo por apresentar um quadro sinóptico dos principais acontecimentos relativos<br />

às novas tecnologias na arte do séc. XX. O início do século foi fértil em rupturas<br />

estéticas das quais abordarei, apenas, o Futurismo e o Construtivismo, seguidos de<br />

referências à Bauhaus e à New Bauhaus, fundada no final dos anos 30, nos Estados<br />

Unidos. Nesta primeira fase não estou a incluir nem o Cubismo nem o Surrealismo,<br />

entre outros movimentos, por me parecerem pertencer a outra filiação.<br />

Em seguida, abordarei a arte cinética que tem dois momentos: um, inicial, que<br />

acompanha as primeiras experiências e está presente nos movimentos tecnológicos<br />

da primeira metade do século. Um segundo tempo, no pós-guerra, durante o qual<br />

esta expressão se desenvolveu adquirindo novas características que foram exploradas<br />

por um grande número de artistas.<br />

Depois, vem o cinema e a fotografia, linguagens visuais que, tendo surgido no século<br />

XIX, progrediram de modo fulgurante ao longo do século seguinte, influenciando<br />

profundamente as artes plásticas. Desde o início foram consideradas como artes<br />

autónomas mas, pela sua preponderância na cultura de massas, acabaram por fecundar<br />

a produção das outras artes mais tradicionais, dando origem a formas artísticas<br />

híbridas. Neste caso não estamos perante uma ruptura mas uma miscigenação.<br />

No entanto, o facto decisivo do pós-guerra foi a revolução cultural introduzida<br />

pelos novos media, sobretudo pela televisão e depois pela Internet, a última aquisi-<br />

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