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Download do livro em PDF - CHAIA - Universidade de Évora

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alterou todo o sistema de comunicação humano, tornando-o multidireccional e<br />

interactivo numa escala global, facto inédito na história da humanidade.<br />

Se a Internet parece oferecer a todos uma informação democratizada e o livre<br />

acesso ao conhecimento, a realidade dos factos mostra-nos que, a globalização esconde<br />

um novo modelo de dominação exercido pelos países ricos e desenvolvidos<br />

do planeta sobre as sociedades mais pobres e tradicionais, impondo-lhes modelos<br />

de cultura totalmente alheios. De qualquer modo, estamos perante um movimento<br />

irreversível para o qual nos devemos preparar, reflectindo e agindo, como recomendava<br />

Beuys.<br />

Nas sociedades europeias, como a nossa, a globalização também se faz sentir de<br />

modo decisivo, alterando a cultura, o relacionamento entre as pessoas e a produção<br />

artística. Não é por acaso que as mais recentes Documentas de Kassel, na Alemanha,<br />

tiveram por temas a acção política – na penúltima – e o multiculturalismo – na<br />

última.<br />

A globalização subverteu os valores que nos enquadravam de um modo para o<br />

qual ainda não estamos preparados. Não houve uma inversão de polaridades mas<br />

um upgrade, a implantação de uma meta-realidade, provocando uma desorientação,<br />

como diria Virilio, que obriga à instauração de um novo sistema de coordenadas. As<br />

teorias do caos, a geometria das catástrofes, a filosofia da desconstrução, as estéticas<br />

da desaparição e do acidente, são as primeiras tentativas para o estabelecimento de<br />

um novo mapa do real.<br />

A escultura desmaterializou-se. Não foi por que a madeira, o ferro ou a pedra tivessem<br />

deixado de existir, mas porque o acto artístico mudou de escala e de universo,<br />

passou do real para o hiper-real ou virtual. O seu conhecimento e divulgação passam<br />

por imagens que circulam nas auto-estradas da informação.<br />

De facto, estamos a viver uma mudança de paradigma que pode ser expresso num<br />

pequeno diagrama onde se vê a dupla transformação.<br />

Matéria g Energia<br />

Espaço g Tempo<br />

A passagem do mais simples ao mais complexo, das três às quatro dimensões. Hoje<br />

podemos dizer que vivemos na dimensão espácio-temporal definida como um continuum<br />

por Einstein. Nesta nova visão do mundo, tudo se constrói e desconstrói no<br />

tempo, tudo é movimento. O espaço e o volume são o resultado da percepção dos<br />

nossos sentidos, que são limitados e incapazes de apreender a verdadeira natureza da<br />

matéria que, de facto, é uma complexa organização energética.<br />

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