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Edição Especial - Faap

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especificidades devem sempre ser levadas em consideração (Erbès, Reiss, 1992).<br />

Mais do que há uma década, a cooperação entre polícias e sistemas<br />

judiciários é mais do que imperiosa não apenas em função dos processos<br />

políticos de integração – como demonstra a experiência européia –, mas<br />

também pela relevância crescente dos diferentes tipos de criminalidade<br />

transnacional e do fenômeno do terrorismo. No campo da cooperação<br />

renovam-se os diferentes desafios, pois se trata de acelerar e aprofundar<br />

intercâmbio de informações, de idéias e de procedimentos e, mais complexo ainda,<br />

criar talvez no futuro organismos policiais comuns para funções legais precisas de<br />

interesse comum.<br />

As experiências dos europeus podem ser muito úteis para nós. No<br />

Colóquio Internacional realizado em Paris já em 1992, reunindo cerca de 450<br />

estudiosos do mundo todo, ficaram evidentes alguns desafios colocados para a<br />

cooperação em segurança pública: harmonização dos métodos de trabalho; das<br />

culturas profissionais; da legislação, sobretudo relativa à proteção de dados;<br />

consolidação de normas e valores, fundamentos das sociedades ocidentais;<br />

soberanias nacionais.<br />

No mundo de hoje, o termo governança abrange todas as dimensões e<br />

aspectos por meio dos quais um país é governado. Quando suas instituições<br />

vitais funcionam mal, estão abertos os caminhos para os abusos de autoridade<br />

e de poder para benefício privado. As instituições públicas funcionando melhor<br />

acarretam melhor funcionamento das atividades econômicas e ampliam o bemestar<br />

social. Esta é a experiência das democracias mais avançadas e este deve ser<br />

o objetivo estratégico permanente da Argentina e do Brasil. Assim, se a boa<br />

governança implica em aperfeiçoar governo da lei, eficiência e “accountability”<br />

do setor público, as questões relacionadas com a defesa, segurança interna e<br />

com a segurança pública adquirem crescente significado econômico.<br />

Da mesma maneira que se pode falar da importância estratégica de<br />

cooperação industrial no âmbito da defesa, deve-se ampliá-la para todas as áreas<br />

da segurança pública, envolvendo indústrias, serviços, ensino, pesquisa e<br />

desenvolvimento tecnológico, particularmente em tecnologias de informação.<br />

Argentina e Brasil podem liderar iniciativas de projetos nessas áreas, inclusive<br />

com apoio internacional.<br />

A estratégia da segurança cooperativa (Araujo, 2001; Rudzit, 2003)<br />

reforça a idéia de que a eficácia nas áreas vitais de funcionamento do Estado<br />

(educação, saúde, justiça, segurança pública, defesa) é um poderoso<br />

componente na riqueza das nações. Por outro lado, são ainda tanto mais atuais<br />

para nós uma síntese de formulações de Jean-Claude Monet, escritas em 1993:<br />

“... necessidade para os responsáveis da segurança de desenvolver uma<br />

abordagem mais rigorosa do que no passado das ameaças à ordem social e à<br />

segurança pública; exigência para os dirigentes da polícia de analisar mais<br />

sutilmente os recursos disponíveis para a ação da polícia e de buscar novas<br />

modalidades de mobilização destes recursos; urgência de restaurar a confiança<br />

dos cidadãos na força pública, e através dela, na solidez e legitimidade das<br />

normas e dos valores que estão no fundamento das sociedades ocidentais.”<br />

O mundo da segurança no diálogo argentino-brasileiro..., Braz de Araujo, p. 7-16<br />

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