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Edição Especial - Faap

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infinito, até mesmo por razões militares;<br />

6. Diferenças étnicas entre os dois países: até o fim da Segunda Guerra<br />

Mundial, quando foram abandonadas as teorias da superioridade da raça branca<br />

sobre as raças negra, índia e mestiça, o contraste da Argentina branca com o<br />

Brasil mestiço não favorecia a integração das respectivas sociedades;<br />

7. Estruturas jurídicas nacionalistas: Brasil e Argentina mantêm ainda<br />

estruturas jurídicas basicamente estanques, mesmo levando-se em conta o<br />

chamado “patrimônio comunitário” que é o conjunto de decisões do Conselho<br />

do Mercado Comum, que, depois de internalizadas, passam a fazer parte do<br />

patrimônio jurídico nacional. Algum progresso se alcançou com a criação do<br />

Tribunal Permanente de Apelação em Assunção, criado após a reforma do<br />

Protocolo de Brasília.<br />

A enumeração dessas sete diferenças não tem rigor científico, nem é uma<br />

lista exaustiva. O objetivo que persigo com esta enumeração é buscar a<br />

identificação de medidas a serem negociadas entre os dois países que tenham<br />

sentido estratégico, duradouro, de longo prazo, vinculantes nos dois lados da<br />

fronteira e que, no fim, reduzam significativamente os efeitos paralisantes ou<br />

refugiados das fases conjunturais recessivas. A quem cabe a adoção de tais<br />

medidas? Certamente aos respectivos governos, com ativa participação dos<br />

setores privados de ambos os países.<br />

Partindo do geral para o particular, buscarei enumerar os “antibióticos” a<br />

serem aplicados aos pacientes Brasil e Argentina a fim de combater as infecções<br />

que ora afetam a saúde do Mercosul. Faço um esclarecimento preliminar.<br />

Confundo intencionalmente o quadro bilateral Argentina e Brasil com o<br />

destino do Mercosul. Não por discriminação aos outros sócios menores, mas<br />

por plena convicção de que sem um entendimento estratégico eficaz e<br />

vinculante entre os sócios maiores o Mercosul estará destinado a ter uma<br />

existência medíocre ou mesmo, o que seria lamentável, desaparecer.<br />

Objetivos gerais:<br />

a) Trabalhar o conceito de destino comum<br />

Isto implica responder à seguinte pergunta: as políticas argentina e<br />

brasileira de desenvolvimento econômico e social devem ser a resultante de<br />

formulações nacionais autônomas, de preferência não-divergentes, ou há espaço<br />

para uma crescente convergência de políticas negociadas bilateralmente? Em<br />

outras palavras, a prosperidade de ambos os países será mais facilmente<br />

alcançada por adoção de políticas regionais (Mercosul) ou será alcançada apenas<br />

pelo somatório de políticas nacionais de melhor qualidade do que aquelas<br />

praticadas no passado?<br />

b) Como reforçar a institucionalização do Mercosul?<br />

Desde sua criação, debateu-se intensamente nas reuniões do Grupo Mercado<br />

Comum e nas reuniões semestrais do Conselho do Mercado Comum o tema da<br />

adoção de instituições supranacionais que teriam a responsabilidade de administrar<br />

e zelar pela aplicação efetiva das normas aprovadas no âmbito comunitário.<br />

32<br />

Revista de Economia & Relações Internacionais, vol.5(edição especial), 2006

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