Edição Especial - Faap
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Para a safra 2005/06, a Secretaria de Agricultura da Argentina (SAGPyA)<br />
estima uma queda na área plantada com trigo da ordem de 15%, ficando ao<br />
redor de 5,3 milhões de hectares. Condições climáticas desfavoráveis somadas à<br />
baixa rentabilidade do cultivo no momento da decisão de plantio (março/05)<br />
levaram os produtores a intensificarem outras culturas (de verão).<br />
A Argentina tem exportado predominantemente o trigo na forma de grãos<br />
(95% do volume exportado), seguido de farinha, com 3,8%. Considerando a<br />
combinação descrita na Tabela 5, o faturamento total com o comércio exterior<br />
dos produtos do setor foi estimado em US$ 1,52 bilhão em 2004.<br />
Procedendo-se à simulação de uma transformação do volume exportado<br />
na forma de grãos para farinha, por exemplo, obtém-se um incremento no<br />
faturamento das exportações de US$ 54 milhões, com o total passando a US$<br />
1,574 bilhão (mantendo as exportações de pães, massas e biscoitos).<br />
Assumindo, hipoteticamente, que todo o trigo da Argentina pode ser<br />
transformado em biscoito – o produto de maior valor agregado por volume –, o<br />
faturamento estimado é consideravelmente superior, passando a US$ 13,7 bilhões<br />
(mantendo-se constantes as exportações de pães, farinha e massas). No entanto, uma<br />
restrição a essa hipótese relaciona-se à identificação de mercados para essa produção.<br />
2.2.4. Cadeia de lácteos<br />
No mercado de lácteos, o que se percebe é que o Brasil tem maior<br />
destaque que a Argentina em termos de produção, porém em termos de<br />
exportação essa relação se inverte, dado que o consumo interno brasileiro<br />
absorve uma porção considerável da produção realizada pelo país (Figura 6).<br />
Em 2004, o Brasil produziu cerca de 5% do total mundial de leite (23,3<br />
bilhões de litros), porém exportou apenas 0,5% do comercializado<br />
internacionalmente, ou seja, um volume equivalente a 18 mil toneladas. Já a<br />
Argentina produziu cerca de 2% do total mundial (9,3 bilhões de litros) e<br />
exportou 4,7% do volume comercializado no âmbito internacional.<br />
Considerando-se somente o leite em pó, tanto a participação do Brasil como da<br />
Argentina vem aumentando na produção e no comércio mundial. O primeiro<br />
país participou com 0,9% do comércio mundial de leite em pó em 2003, e o<br />
segundo com 7,5%. Já a produção de leite em pó da Argentina representou<br />
6,28% do total mundial em 2004 e a do Brasil, 11,9%.<br />
O sucesso do agronegócio no Brasil e Argentina..., Carlos Faccina, p. 80-101<br />
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