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Edição Especial - Faap

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ecursos pela venda de sua energia e, em contrapartida, Argentina e Brasil<br />

ampliam o mercado para seus produtos, além de flexibilizar suas matrizes<br />

energéticas, isto sem falar das complementações mútuas no suprimento<br />

energético em situações de crise.<br />

Os benefícios advindos desses projetos devem ser um incentivo para<br />

novas iniciativas dentro de um contexto novo, acima resumido.<br />

5. Dados e problemas<br />

A participação da geração hidrelétrica na produção de energia elétrica é<br />

elevada na América do Sul (67%). No Brasil, dos 81.000 MW instalados, 67.000<br />

MW são hidráulicos; na Argentina, dos 26.000 MW existentes, 9.000 MW são<br />

hidráulicos. Em 1991 eram 7.000 MW hidráulicos e 9.000 MW térmicos, tendo<br />

havido uma notável expansão da geração com gás natural.<br />

Grosso modo, antes da pesificação o custo do gás para a geração elétrica<br />

na Argentina girava em torno de US$ 1,30/MBTU, enquanto no Brasil o<br />

preço é o dobro deste valor.<br />

Chile e Uruguai são importadores de energia nos seus diferentes<br />

vetores. O Paraguai é exportador de energia elétrica dada a sua participação<br />

nas usinas de Yaciretá e Itaipu. As reservas de gás natural são: Bolívia: 812<br />

BCM; Argentina: 664 BCM; Brasil: 245+400 (Santos) BCM.<br />

As reservas de gás na Argentina declinaram de 778 BCM para 664 BCM<br />

(reduzindo o índice reservas/produção de 20 para 13 anos), pois, a partir de<br />

2001, a pesificação tornou parte das reservas desinteressantes devido à<br />

queda dos preços de US$ 1,00 a US$ 1,45/MBTU para os atuais US$ 0,35-<br />

US$ 0,50/MBTU (preço na boca do poço).<br />

Nos últimos anos, a relativa paralisação da expansão da produção de gás<br />

natural na Argentina, acompanhada de restrições na capacidade de transporte<br />

de gás, vem levando a cortes nas exportações ao Chile (para a capacidade e a<br />

autorização 33 MM3/dia a exportação real não passou de 16 MM3/dia). As<br />

restrições se tornam agudas, inclusive com cortes na Argentina nos meses de<br />

inverno, quando o consumo residencial daquele país tem picos de 67<br />

MM3/dia, contra um consumo médio anual de 21 MM3/dia. Na Argentina o consumo de gás para a geração elétrica se situa em torno<br />

de 25 MM3/dia para algo em torno de 7.000 MW médios.<br />

Existe uma limitação da capacidade de transporte de gás a partir da Bolívia<br />

para a Argentina e para a Região Sul do Brasil no tramo São Paulo a Porto<br />

Alegre do gasoduto Bolívia Brasil – Gasbol.<br />

6. Possível pauta para uma agenda de integração energética entre ambos<br />

os países<br />

Expansão e interligação do sistema de transporte de gás natural, com ênfase<br />

nas importações a partir da Bolívia, tanto para a Argentina como para reforço ao<br />

suprimento da Região Sul do Brasil. Consideração, entre as alternativas, do papel<br />

de intercâmbios elétricos que permitiriam deslocar o gás, nos seus picos de<br />

demanda, da geração elétrica para outros usos. Além disso, isso flexibilizaria a<br />

matriz energética de outros países, como o Chile e, ao mesmo tempo, daria maior<br />

52<br />

Revista de Economia & Relações Internacionais, vol.5(edição especial), 2006

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