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Edição Especial - Faap

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por parte dos países desenvolvidos com relação à liberalização de mercados<br />

agrícolas. As perspectivas de ganhos nesse contexto mantêm-se restritas a um prazo<br />

mais longo. A vitória brasileira nos painéis de algodão e açúcar reviveu o ânimo dos<br />

países em desenvolvimento nessas negociações multilaterais. No entanto, nenhuma<br />

das contra-partes – EUA no caso do algodão e UE no caso do açúcar – tem<br />

cumprido com o estabelecido, por ocasião do encerramento dos painéis.<br />

Os acordos bilaterais têm sido considerados mais efetivos e de fácil<br />

implementação. No entanto, a evolução desses acordos pode prejudicar a<br />

evolução dos acordos regionais e multilaterais, de maior abrangência.<br />

A Alca aparentemente é o acordo regional mais polêmico, pois envolve<br />

economias com perfil bastante diverso, o que dificulta a convergência das<br />

negociações.<br />

2.2. Análise aplicada a cinco cadeias produtivas<br />

Esse item enfoca a evolução e os aspectos subjacentes à competitividade de<br />

cinco cadeias produtivas: soja, cana-de-açúcar, trigo, carnes e lácteos, em<br />

termos de produção e participação nos mercados internacionais. São discutidos<br />

aspectos relevantes da produção e exportação, os mercados domésticos e<br />

internacionais dos produtos.<br />

2.2.1. Cadeia da soja<br />

Brasil e Argentina, dois países que compõem porção expressiva do<br />

Mercosul, disputam com os Estados Unidos, de forma acirrada, mercados<br />

mundiais dos produtos que compõem a cadeia da soja (grãos, farelo e óleo). No<br />

mercado do grão, o Brasil é o segundo maior produtor e exportador mundial,<br />

com 25% e 35%, respectivamente, do total mundial (Figura 3). O país espera<br />

superar a produção norte-americana nos próximos anos. A disputa maior com<br />

a Argentina é na produção e exportação de farelo e óleo de soja.<br />

A Argentina apresenta um crescimento duas vezes superior ao do Brasil na<br />

capacidade de processamento da soja, de 10%, considerando-se o período de<br />

1993 a 2005 (Revista Exame, baseada em USDA e Abiove, 2005). Atualmente,<br />

em termos de volume total processado, o Brasil supera a Argentina, com 29<br />

milhões de toneladas contra 26 milhões de toneladas, respectivamente. No<br />

entanto, a Argentina conta com fábricas mais modernas e bem localizadas que<br />

o Brasil. Essa tendência pode assegurar vantagens para a Argentina, que poderá<br />

dispor de um maior volume de óleo para exportação, cujos preços são bastante<br />

superiores ao de grão e farelo (Exame, 2005).<br />

Conforme se observa na Figura 3, embora a produção brasileira de grão de<br />

soja já fosse superior à da Argentina em 1990, a importância relativa da produção<br />

brasileira aumentou consideravelmente entre os anos de 1990 e 2000. Já a<br />

exportação sofreu uma reversão. Em 1990 a Argentina predominava em termos de<br />

participação relativa no total mundial, posição essa já revertida em 2000, onde o<br />

Brasil aparece acumulando uma porção consideravelmente maior em 2003.<br />

86<br />

Revista de Economia & Relações Internacionais, vol.5(edição especial), 2006

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