Untitled - Ministério do Meio Ambiente
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AGENDA POSITIVA PARA O SETOR FLORESTAL DO BRASIL<br />
PROGRAMA NACIONAL DE FLORESTAS<br />
região os sistemas de receita florestal geravam receitas florestais baixas. Essas receitas<br />
eram identificadas como um problema nos estu<strong>do</strong>s de caso conduzi<strong>do</strong>s em determina<strong>do</strong>s<br />
países, em estu<strong>do</strong>s prévios <strong>do</strong>s autores (Gray 1981; Gray 1986; Gray 1988), e em<br />
diversos outros estu<strong>do</strong>s revisa<strong>do</strong>s.<br />
O estu<strong>do</strong> de caso de receita florestal de Cameroon constatou que a receita florestal<br />
total (taxas baseadas em área e volume) eram de apenas 2% a 4% <strong>do</strong> preço das toras e<br />
bem abaixo <strong>do</strong> valor da madeira das árvores extraídas (Grut, Gray e Egli 1991).<br />
Na Guiné, um relatório florestal <strong>do</strong> Banco Mundial constatou que as taxas florestais<br />
eram de menos de 1% <strong>do</strong> preço local da madeira serrada produzida (World Bank 1989;<br />
Harou 1989). Um relatório <strong>do</strong> Banco Mundial sobre a Costa <strong>do</strong> Marfim constatou que as<br />
taxas florestais representavam cerca de 0,5% <strong>do</strong> preço FOB das toras (World Bank 1990a).<br />
Em Gana, outro estu<strong>do</strong> verificou que o total arrecada<strong>do</strong> de receitas florestais era menor<br />
<strong>do</strong> que 0,5% <strong>do</strong> preço de entrega das toras nas plantas de processamento. Receitas<br />
florestais arrecadadas consistiam em somente um sexto das receitas que deveriam ter<br />
si<strong>do</strong> arrecadadas (World Bank 1988b). Gana tem desde então eleva<strong>do</strong> as taxas florestais<br />
e fortaleci<strong>do</strong> a arrecadação — um estu<strong>do</strong> mais recente constatou que os royalties florestais<br />
arrecada<strong>do</strong>s ainda são de apenas US$ 4 - 5 milhões, menos <strong>do</strong> que 4 - 5% <strong>do</strong> valor<br />
(renda econômica) da madeira explorada das árvores extraídas (Sargent e Kotey 1993).<br />
As receitas florestais foram suficientes para financiar somente metade <strong>do</strong> custo o manejo<br />
florestal, tornan<strong>do</strong> o manejo florestal financeiramente insustentável.<br />
Um estu<strong>do</strong> anterior e bem <strong>do</strong>cumenta<strong>do</strong> sobre as receitas florestais em Gana, em<br />
mea<strong>do</strong>s da década de 70, derivou os valores de extração da madeira (renda econômica)<br />
e, então, comparou as receitas florestais com esses valores de extração de madeira (Page,<br />
Pearson e Leland 1976). Os valores de extração da madeira (renda econômica) eram em<br />
média 26% <strong>do</strong>s preços das toras. As receitas florestais arrecadadas representaram 38%<br />
desse valor de extração da madeira, cerca de 10% <strong>do</strong> preço das toras (26% x 38% =<br />
8,88%). A indústria florestal apropriou os 62% remanescentes <strong>do</strong>s valores de extração de<br />
madeira em lucros adicionais. Assim, parece que a arrecadação de receita florestal não<br />
melhorou desde mea<strong>do</strong>s da década de 70. É quase o contrário. A arrecadação de receita<br />
florestal tem declina<strong>do</strong> da parcela de 10% <strong>do</strong>s preços de tora arrecadada na década de<br />
70, para a parcela de 4 - 5% arrecadada em 1993.<br />
Ainda outro estu<strong>do</strong>, que pesquisou a atividade florestal em diversos outros países<br />
africanos nos anos 80, constatou que as receitas florestais foram consistentemente reduzidas,<br />
representan<strong>do</strong> uma pequena parcela <strong>do</strong>s preços da tora, <strong>do</strong>s preços de exportação,<br />
<strong>do</strong>s preços de produtos florestais e <strong>do</strong>s valores de extração da madeira (renda econômica)<br />
em virtualmente to<strong>do</strong>s os países (Repetto e Gillis 1988). Esse estu<strong>do</strong> também<br />
observou que as receitas florestais tiveram declínio na parcela tanto <strong>do</strong>s preços das toras,<br />
quanto <strong>do</strong>s valores de extração da madeira a partir <strong>do</strong>s anos 70 até mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s anos 80.<br />
Essas diferenças nas receitas florestais são agora reconhecidas. Como resulta<strong>do</strong>, diversos<br />
países da África Ocidental e Central estão se mobilizan<strong>do</strong> para restruturar seus<br />
sistemas de receita florestal e elevar as taxas florestais, mas eles podem não ter recursos<br />
para fazer as mudanças ou para implementá-las suficientemente rápi<strong>do</strong> de mo<strong>do</strong> a pre-<br />
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Regime de Propriedade Florestal e Valoração de Florestas Públicas no Brasil