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A Atividade de Trabalho em uma Empresa Comercial

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não há erro e, por fim, v<strong>em</strong> o elogio, <strong>em</strong>bora não seja um elogio exagerado, pois há a ressalva<br />

<strong>de</strong> que falará quando não estiver bom, quando houver novamente algum erro. Ressaltamos,<br />

porém, que essas falas são trazidas por Leandro, ou seja, ele mesmo avalia seu trabalho<br />

usando a voz da supervisora para criar um efeito <strong>de</strong> credibilida<strong>de</strong> ao que enuncia.<br />

Ainda encontramos citação, porém <strong>em</strong> forma <strong>de</strong> discurso indireto livre para o<br />

enunciador se referir a outras vozes no trecho: “porque se tu trabalha com pessoas que ah tá<br />

bom... tá bom e muitas vezes vão lá e falam outra coisa... ou falam pra outra pessoa... ali ela<br />

fala na tua frente o que tiver que te falar”. Não há aqui a preocupação com a credibilida<strong>de</strong> do<br />

que é dito, é mais <strong>uma</strong> hipótese do que propriamente um dito real. Ponzio (2008, p. 102) trata<br />

<strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> discurso reproduzido como “‘manipulação’ da palavra alheia”, mas não<br />

consi<strong>de</strong>ra essa “manipulação” como algo negativo: “todo discurso é manipulação do discurso<br />

alheio porque necessariamente o pressupõe. Aquele <strong>de</strong>ve recorrer a este como seu único<br />

material, visto que só po<strong>de</strong> ser concebido sobre as bases das práticas significantes que um<br />

discurso já tenha realizado”. Ou seja, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da forma como componha o seu discurso,<br />

o falante s<strong>em</strong>pre parte do discurso <strong>de</strong> outr<strong>em</strong> n<strong>uma</strong> relação dialógica mútua. Ao introduzir a<br />

palavra alheia no contexto do discurso, essa palavra<br />

125<br />

estabelece com o discurso que o enquadra não um contexto mecânico, mas <strong>uma</strong><br />

amálgama química (no plano do sentido e da expressão); o grau <strong>de</strong> influência mútua<br />

do diálogo po<strong>de</strong> ser imenso [...] Assim a formação e o enquadramento do discurso<br />

<strong>de</strong> outr<strong>em</strong> [...] exprim<strong>em</strong> um ato único da relação dialógica com este discurso, o<br />

qual <strong>de</strong>termina todo o caráter da transmissão e todas as transformações <strong>de</strong> acento e<br />

<strong>de</strong> sentido que ocorr<strong>em</strong> nele no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong>sta transmissão (BAKHTIN, 1993, p.<br />

141).<br />

Quando usa <strong>em</strong> seu discurso a palavra do outro sobre o trabalho, Leandro toma para si a<br />

responsabilida<strong>de</strong> da enunciação, estabelecendo <strong>uma</strong> relação dialógica entre os discursos e, ao<br />

mesmo t<strong>em</strong>po, mostrando a mútua influência na constituição <strong>de</strong> cada sujeito envolvido na<br />

ativida<strong>de</strong> (o entrevistado, a supervisora, os outros). Os enunciados apresentam marcas<br />

linguísticas com acento <strong>de</strong> valor positivo <strong>em</strong> palavras ou expressões, que também traz<strong>em</strong> um<br />

tom <strong>em</strong>otivo-volitivo: “bom relacionamento”, “b<strong>em</strong> pelo certo”, “eu gosto”, “ótimo”,<br />

“pessoas sinceras”.<br />

Respon<strong>de</strong>ndo à maneira como tenta resolver probl<strong>em</strong>as do dia a dia, Guilherme, no<br />

excerto discursivo a seguir, diz preferir solucioná-los <strong>em</strong> conjunto com colegas ou com a<br />

ajuda da supervisora.<br />

Segmento 15 - Guilherme:

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