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A Atividade de Trabalho em uma Empresa Comercial

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correspondência entre o domínio do i<strong>de</strong>ológico e o domínio dos signos. “Nenh<strong>uma</strong> i<strong>de</strong>ologia<br />

po<strong>de</strong> aparecer fora dos signos, e nenhum signo está <strong>de</strong>spido <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ologia” (BRAIT, 2006, p.<br />

22). Por ser um fenômeno do mundo exterior, o signo “e todos os seus efeitos (todas as ações,<br />

reações e novos signos que ele gera no meio social circundante) aparec<strong>em</strong> na experiência<br />

exterior” (BAKHTIN/VOLOCHINOV, 2009, p. 33). A materialida<strong>de</strong> do signo i<strong>de</strong>ológico<br />

<strong>em</strong>erge na interação entre os sujeitos, os quais <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penham papéis ativos. Essa<br />

materialização po<strong>de</strong> se dar tanto <strong>de</strong> modo verbal como não verbal.<br />

Além disso, o enunciado não expressa simplesmente algo que existe antes e<br />

exteriormente a ele, “dado e acabado. Ele s<strong>em</strong>pre cria algo que não existia antes <strong>de</strong>le,<br />

absolutamente novo e singular, [...] t<strong>em</strong> relação com o valor [...] Todo o dado se transforma<br />

<strong>em</strong> criado” (BAKHTIN, 2006c, p. 326). A cada novo evento, a cada nova vivência, o “pré-<br />

dado” é renovado <strong>em</strong> um “por-vir” (BAKHTIN, 1992a, p. 139). Os enunciados completos são<br />

irreproduzíveis e estão ligados entre si por relação dialógica. Essa relação é infinda,<br />

inesgotável, dá-se entre os sujeitos, entre as consciências, entre as verda<strong>de</strong>s, tendo como<br />

referência o todo da interação verbal.<br />

“Cada enunciado particular é individual, mas cada campo <strong>de</strong> utilização da língua<br />

elabora seus tipos relativamente estáveis <strong>de</strong> enunciados”, os quais são <strong>de</strong>nominados por<br />

Bakhtin (2006b, p. 262, grifo do autor) gêneros do discurso. Extr<strong>em</strong>amente heterogêneos, os<br />

gêneros não são criados a cada vez pelos falantes, pois são transmitidos social e<br />

historicamente. O sujeito não os cria ao organizar sua enunciação, recria-os. Tanto na fala<br />

como na escrita, ao usarmos a linguag<strong>em</strong> não o faz<strong>em</strong>os <strong>de</strong> <strong>uma</strong> maneira totalmente aleatória,<br />

individual e irresponsável. Os lugares sociais que ocupamos exig<strong>em</strong> <strong>de</strong> nós o respeito a<br />

padrões <strong>de</strong> utilização por meio <strong>de</strong> gêneros relativamente sist<strong>em</strong>atizados. Eles são necessários<br />

para que nossa enunciação seja compreendida pelos outros e, ao mesmo t<strong>em</strong>po, possibilitam<br />

meios <strong>de</strong> agir no universo das palavras do outro. Quando nos expressamos, contribuímos, <strong>de</strong><br />

forma dinâmica, tanto para a preservação como para a permanente transformação e renovação<br />

dos gêneros. Eles reflet<strong>em</strong> as mudanças históricas da linguag<strong>em</strong> e as mudanças que ocorr<strong>em</strong><br />

na vida social. Sendo assim, os gêneros têm um aspecto normativo e um aspecto inovador ao<br />

mesmo t<strong>em</strong>po. Não se parte do totalmente novo, do inexistente, mas n<strong>em</strong> por isso o existente<br />

é <strong>uma</strong> camisa <strong>de</strong> força da qual não se po<strong>de</strong> escapar. S<strong>em</strong>pre se agrega o novo ao já existente<br />

para que possa haver interação (BAKTHIN, 1992b, 2006b).<br />

Cabe ainda ressaltar que todo enunciado se constitui também <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos<br />

extralinguísticos e estabelece com outros enunciados <strong>uma</strong> relação dialógica <strong>de</strong> sentido.<br />

S<strong>em</strong>pre se dirige a um <strong>de</strong>stinatário (o segundo) <strong>de</strong> qu<strong>em</strong> o locutor espera e presume <strong>uma</strong><br />

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