A Atividade de Trabalho em uma Empresa Comercial
A Atividade de Trabalho em uma Empresa Comercial
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a individualida<strong>de</strong> e com a coletivida<strong>de</strong> no ambiente <strong>de</strong> trabalho? Como ver os dois lados da<br />
moeda (da <strong>em</strong>presa e do trabalhador), s<strong>em</strong> que um se sinta lesado e/ou inferiorizado <strong>em</strong><br />
relação ao outro? Qual será a responsabilida<strong>de</strong> da <strong>em</strong>presa nessa probl<strong>em</strong>ática? De que forma<br />
ela está promovendo <strong>uma</strong> reflexão sobre o probl<strong>em</strong>a? Está havendo, por parte da <strong>em</strong>presa,<br />
alg<strong>uma</strong> atitu<strong>de</strong> concreta para <strong>de</strong>svendar o porquê <strong>de</strong> situação tão complexa? Enquanto a<br />
gerência <strong>de</strong>monstra sua insatisfação com os funcionários por não consi<strong>de</strong>rá-los envolvidos<br />
com a <strong>em</strong>presa, o que diz<strong>em</strong> esses trabalhadores? O que causa esse possível <strong>de</strong>scompromisso<br />
dos trabalhadores? Será que a <strong>em</strong>presa proporciona situações para que os funcionários possam<br />
pensar e discutir sobre o próprio fazer?<br />
A partir <strong>de</strong>ssas interrogações, s<strong>em</strong> a pretensão <strong>de</strong> respondê-las pontualmente,<br />
levantamos alg<strong>uma</strong>s hipóteses que po<strong>de</strong>riam explicar, <strong>em</strong> parte, a <strong>de</strong>manda da <strong>em</strong>presa.<br />
Parece-nos que vários fatores influenciam o comportamento dos trabalhadores. Não é apenas<br />
o ambiente específico da <strong>em</strong>presa <strong>em</strong> que estão no momento que os leva a ter mais ou menos<br />
responsabilida<strong>de</strong>. O próprio mercado laboral, que propicia maior flexibilida<strong>de</strong> e que não dá<br />
muita segurança <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> aos trabalhadores, leva os sujeitos a mudar<strong>em</strong> seu<br />
posicionamento <strong>em</strong> relação ao trabalho. Ao se sentir dispensável no cargo que ocupa, o<br />
trabalhador não se sente seguro, por isso não cost<strong>uma</strong> ver o trabalho como el<strong>em</strong>ento central<br />
<strong>em</strong> sua vida, optando, muitas vezes, pela rotativida<strong>de</strong> ou pelo não envolvimento com aquilo<br />
que faz. Ele, o trabalhador, sabe que po<strong>de</strong>rá ser <strong>de</strong>mitido a qualquer hora ou que, se não<br />
estiver <strong>de</strong> acordo com as normas, po<strong>de</strong>rá pedir <strong>de</strong>missão, ou ainda, simplesmente, provocar a<br />
própria <strong>de</strong>missão, não cumprindo horários, faltando s<strong>em</strong> motivo justificado. Além disso,<br />
talvez a <strong>em</strong>presa <strong>em</strong> questão não propicie momentos <strong>de</strong> reflexão e <strong>de</strong> discussão para que o<br />
trabalhador possa compartilhar suas dúvidas, seus anseios, seus conflitos, com colegas, com a<br />
supervisão, com a gerência, o que po<strong>de</strong>ria levá-lo a consi<strong>de</strong>rar o trabalho como el<strong>em</strong>ento<br />
constitutivo da própria vida. Como consequência <strong>de</strong>ssa falta <strong>de</strong> reflexão do trabalhador, po<strong>de</strong><br />
transparecer sua falta <strong>de</strong> envolvimento com a ativida<strong>de</strong> que realiza. Cr<strong>em</strong>os que, além <strong>de</strong><br />
outros motivos, por não refletir sobre o seu fazer, por não questionar o papel do trabalho <strong>em</strong><br />
sua vida, o sujeito não lhe dá o valor que <strong>de</strong>veria. Em <strong>de</strong>corrência disso, não atribui<br />
importância ao que realiza e não veste a camisa da <strong>em</strong>presa.<br />
Consi<strong>de</strong>rando as interrogações que nos instigaram e as hipóteses levantadas, t<strong>em</strong>os,<br />
nesta tese, o objetivo geral <strong>de</strong> analisar, sob o ponto <strong>de</strong> vista enunciativo-discursivo,<br />
características da ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho na <strong>em</strong>presa <strong>de</strong> parafusos, <strong>de</strong> modo a contribuir para o<br />
(re)conhecimento da ativida<strong>de</strong> laboral, levando <strong>em</strong> conta a complexida<strong>de</strong> da relação<br />
eu(trabalhador)/outro (colegas, chefia, prescritos etc.).<br />
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