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A Atividade de Trabalho em uma Empresa Comercial

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<strong>de</strong>monstrando estar falando <strong>de</strong> si mesmo como <strong>de</strong> alguém que ele realmente conhece, que já<br />

sabe como agir, que já t<strong>em</strong> o seu uso <strong>de</strong> si por si b<strong>em</strong> claro (“eu não sou muito”; “eu não bato<br />

<strong>de</strong> frente”; “ a minha maior <strong>de</strong>fesa é assim”; “eu viro as costas e saio caminhando”; “eu não<br />

discuto”; “sou assim”). Ele avalia seu modo <strong>de</strong> ser, consi<strong>de</strong>rando-se “tranquilo”, mas a<br />

valoração que faz, através <strong>de</strong> outros adjetivos (“difícil”, “complicado”) ou <strong>de</strong> expressões<br />

como “a minha arma”; “a minha maior <strong>de</strong>fesa” para analisar a situação <strong>de</strong> conflito, <strong>de</strong>monstra<br />

que não é tão fácil lidar com essas dificulda<strong>de</strong>s, tanto que ele precisa se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r. Ao enunciar<br />

sobre a sua maneira <strong>de</strong> agir, Luís Felipe reforça a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> não reclamar do colega com o<br />

supervisor repetindo: “procuro não passar pelo supervisor... é <strong>uma</strong> coisa que eu procuro não<br />

passar”. Embora não <strong>de</strong> forma explícita, ele avalia como negativa a suposição <strong>de</strong> falar com o<br />

supervisor sobre o conflito (“vamos supor... ter que chegar no supervisor e dizer... fazer <strong>uma</strong><br />

queixa do colega tal”). O outro entra na sua constituição, mas este trabalhador não se <strong>de</strong>ixa<br />

levar: “procuro me acertar com ele... se não <strong>de</strong>r certo... eu simplesmente isolo um pouco o<br />

cara ... falo só o que t<strong>em</strong> falar”. Para justificar esse comportamento, Luís Felipe argumenta<br />

que, se “bater <strong>de</strong> frente”, “o cara per<strong>de</strong> a educação... já per<strong>de</strong> tudo... já per<strong>de</strong> os limites<br />

também... aí fica meio complicado”. Notamos que, nessa justificativa, o enunciador<br />

transforma o eu <strong>em</strong> “o cara”, que corre o risco <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r tudo se se <strong>de</strong>ixar levar pelas<br />

discussões que consi<strong>de</strong>ra inúteis. Mas este “cara” não é o mesmo mostrado anteriormente –<br />

“isolo um pouco o cara”, <strong>em</strong> que a referência é feita a algum colega com qu<strong>em</strong> o trabalhador<br />

possa ter tido um conflito.<br />

No último excerto discursivo analisado, Luís Felipe menciona um ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> interação<br />

conturbada, <strong>em</strong> que o negativismo do colega o afetava.<br />

132<br />

Segmento 21 – Luís Felipe:<br />

Pela maneira <strong>de</strong>le se portar... né... porque quando... quando eu peguei aqui tinha<br />

essa perspectiva da contag<strong>em</strong>... e a maioria dos que estavam aqui dos mais antigos<br />

não acreditavam que ia dar certo... não... vai contar... vai dar tudo errado daqui a<br />

pouco... t<strong>em</strong> probl<strong>em</strong>a... não vai dar c<strong>em</strong> por cento... mas era <strong>de</strong>mais... isso não vai<br />

dar certo... isso não vai... passavam o dia inteiro negativo então é <strong>uma</strong> coisa que<br />

também te contagia tu acaba ( ) o cara tá tanto t<strong>em</strong>po aqui... começa até a<br />

acreditar naquilo... ele tava s<strong>em</strong>pre assim... tudo que ele ia fazer... ele fazia... não<br />

era <strong>uma</strong> coisa b<strong>em</strong> feita... é tudo tipo assim aquela coisa... vou fazer porque eu sou<br />

obrigado... então fica meio complicado trabalhar com um cara assim fica meio<br />

complicado... foi o único que eu tive algum atrito... os outros eu tive <strong>uma</strong><br />

discussão... alg<strong>uma</strong> coisa foi tudo...<br />

.......................................................................................................................................<br />

Opa! <strong>de</strong>sculpa... tava ligado... o erro foi meu... né... mas eu assumo não t<strong>em</strong><br />

probl<strong>em</strong>a... um erro é normal... eu não vou errar... não vai ser a primeira n<strong>em</strong> a<br />

última... vou ter vários erros durante... só que é aquela coisa ele tinha... não sei era<br />

um cara meio estranho... acho não era b<strong>em</strong> resolvido... acho ... não sei b<strong>em</strong>...<br />

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