Relatório 2005 Diversidade Faunística - ICB - UFMG
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Discussão<br />
Dinâmica clonal de Heliconia episcopalis<br />
362<br />
As populações de H. episcopalis parecem ter uma dinâmica bastante parecida<br />
mesmo em diferentes locais dentro do PERD, entretanto, em alguns parâmetros<br />
amostrados houve uma clara diferença entre locais.<br />
Fevereiro, foi o mês em que um maior número de novos módulos foi encontrado<br />
em resposta as chuvas que iniciam em novembro e se estendem até no máximo a março.<br />
Depois durante o longo período de estiagem de março a final de outubro poucos<br />
módulos novos aparecem e os que surgem tem taxas de crescimento muito pequenas. O<br />
maior crescimento em comprimento das plantas coincide exatamente com o período de<br />
maior pluviosidade.<br />
O maior responsável pelas diferenças entre locais foi o impacto causado pela<br />
queda de uma árvore sobre dois plots no Campolina. A queda da árvore ocorreu em<br />
janeiro, o que praticamente inviabilizou a amostragem das plantas nestes plots em<br />
fevereiro do mesmo ano, já que as plantas se encontravam em meio a um emaranhado<br />
de galhos da própria árvore e de várias outras que caíram ao redor. Em maio estes plots<br />
puderam ser corretamente amostrados, e muito provavelmente várias plantas<br />
encontradas neste mês poderiam já estar presente em fevereiro. O aumento na produção<br />
de brotos e mudas se deu praticamente um ano após a queda da árvore em fevereiro de<br />
2004, respondendo ao aumento da pluviosidade. Este aumento drástico na densidade de<br />
plantas na área do Campolina apenas no ano seguinte foi o principal responsável pela<br />
variação entre anos nos parâmetros populacionais amostrados.<br />
A área da Beira do Turvo é bem mais sombreada que as demais e este deve ser<br />
um dos principais motivos de encontrarmos módulos bem maiores neste local. Três<br />
outros fatores podem contribuir para este estiolamento a densidade de plantas,<br />
competição por luz entre módulos, uma maior umidade do terreno já que se encontra ao<br />
lado do córrego e a presença de muita poeira sobre as folhas nos meses de seca, que<br />
podem forçara a planta a investir ainda mais no tamanho foliar.<br />
As helicônias no Porto Capim também se encontram em uma situação de forte<br />
competição entre módulos por luz entretanto a quantidade de luz que chega as plantas é<br />
aparentemente maior e a topografia do terreno torna módulos muito estiolados bastante<br />
vulneráveis ao tombamento.