15.04.2013 Views

Relatório 2005 Diversidade Faunística - ICB - UFMG

Relatório 2005 Diversidade Faunística - ICB - UFMG

Relatório 2005 Diversidade Faunística - ICB - UFMG

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Sistema biológico<br />

370<br />

Heliconia episcopalis, é conhecida vulgarmente pelo nome de caeté ou chapéu-defrade,<br />

desenvolve-se em áreas primitivas, formações secundárias, margens de rios, e<br />

clareiras ensolaradas. Essas plantas têm preferência por regiões úmidas, mas vivem<br />

também em certas áreas secas. O pico de floração vai de novembro a fevereiro,<br />

ocorrendo uma pequena produção de flores ao longo do resto do ano.<br />

Esta espécie apresenta inflorescência laranja-avermelhada, em forma de uma mão,<br />

produzindo uma ou duas flores por dia. As flores abrem-se em sentido direito e<br />

esquerdo, e as corolas são recurvadas, razão pela qual os colibris são considerados os<br />

principais visitantes florais. Nossas observações preliminares na área demonstraram<br />

que as inflorescências são visitadas por diversos insetos (abelhas de grande e médio<br />

porte, formigas, mariposas e borboletas). Como visitantes vertebrados, foram avistados<br />

com freqüência diversas espécies de colibris (Phaethornitinae) e recentemente<br />

Thalurania glaucopis (Trochilinae). Essa subfamília tende a promover com mais<br />

intensidade a polinização cruzada, principalmente em áreas de pequena densidade de<br />

helicônias (Linhart, 1973).<br />

O local de estudo foi escolhido dentro de uma população de helicônias, contida<br />

numa área de aproximadamente 1200 metros quadrados, que fica localizada numa área<br />

do Parque chamada Porto Capim, onde foram montados os círculos para amostragem<br />

das plantas, as análises de concentração de carboidratos no néctar, visitação por beijaflores<br />

e produção de frutos. Os dados de campo estão sendo coletados em cada estação<br />

(visitação) sendo 4 dias de observação. Com o sucesso das observações de campo e<br />

apoio logístico (transporte) achamos interessante trabalhar com mais uma área que e<br />

Campolina. Essa área e caracterizada como formação primaria, e possibilitara uma<br />

analise interessante entre taxas de visitações entre áreas primarias e secundarias.<br />

Estudos da Biologia Floral de Heliconia episcopalis<br />

As plantas tiveram o comprimento de seus estames e estigmas medidos em<br />

relação à distância do nectário, para se fazer posteriormente uma correlação com a<br />

morfologia do bico dos beija-flores, como recomendado por Temeles e Kress (2003).<br />

O sistema reprodutivo foi testado por meio de polinizações manuais com pólen<br />

da própria planta (auto-polinização) e de outras (polinização cruzada), em 30 flores para<br />

cada tratamento, utilizando lâminas de vidro ou pincel para coleta e colocação no<br />

estigma. Antes e após a polinização (até a formação do fruto), as inflorescências foram<br />

recobertas com filós para evitar a entrada de visitantes florais. Também, para testar<br />

autopolinização espontânea (i.e. necessidade ou não de visitas), foram ensacadas 104<br />

inflorescências (flores em pré-antese). O tipo de sistema reprodutivo foi estabelecido<br />

pela diferença de frutos normalmente desenvolvidos (controle), incluindo contagem de<br />

sementes, entre estes tratamentos. Estes resultados serão comparados com a produção<br />

de frutos e sementes de flores controle, por meio de análises de variância (ANOVA) no<br />

final do projeto.<br />

Para avaliar se ocorrem alterações na concentração de carboidratos ao longo do<br />

dia, foi coletado néctar com seringas e capilares calibrados, em intervalos de 6 horas no<br />

pico da florada, ou mais espaçado na escassez de flores, começando às 06:00h e<br />

terminando às 18:00hs. Foram selecionadas 5 plantas, para retirar néctar de uma flor<br />

(amostragem destrutiva) no Porto Capim. Após a extração, mediu-se a concentração de<br />

carboidratos no néctar com refratômetro calibrado (Kearns & Inouye, 1993). No período

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!