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Relatório 2005 Diversidade Faunística - ICB - UFMG

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A análise discriminante, entretanto, demonstrou que, em todos os períodos<br />

analisados, existe uma diferença significativa entre os locais na abundância das famílias<br />

que entram no modelo. A desvantagem dessa análise é que existe um limite no número<br />

de famílias que pode entrar no modelo que não pode exceder o número de amostras.<br />

Além disso, famílias que tiveram variância igual a zero em algum dos locais também<br />

não puderam ser incluídas no modelo. Juntos estes fatores tornam a análise limitada<br />

para o estudo de comunidades, especialmente utilizando levantamentos feitos com<br />

Malaise, porque essas armadilhas coletam um número muito grande de indivíduos e fica<br />

impraticável trabalhar com um número elevado de amostras.<br />

Utilizando um número limitado de famílias, várias combinações de famílias podem<br />

ser testadas. Mesmo dentro de cada período amostral separadamente, diversos modelos<br />

podem com diferentes combinações de famílias obter resultados que variam desde a<br />

ausência de diferença entre os três locais até uma grande diferença entre os três locais.<br />

Os dois casos em que não houve diferença entre um par de locais foram na estação<br />

seca o que reforça mais uma vez que na estação chuvosa a separação entre os locais é<br />

menor que na estação seca. Entretanto, esta disparidade não foi tão grande quanto a que<br />

houve nas análises anteriores, tendo em vista que em todas as análises de estação seca<br />

conseguiu-se uma diferença significativa entre os locais. Isso deixa claro que pelo<br />

menos para um pequeno grupo de famílias existe diferença razoável entre locais mesmo<br />

na estação seca.<br />

No trabalho realizado em Belo Horizonte parte das diferenças encontradas na<br />

composição e abundância em famílias de Brachycera e Cychlorrapha foi atribuído a<br />

diferenças na capacidade de coleta das armadilhas em ambientes com estrutura muito<br />

diferentes (ANTONINI et al. 2003). No presente trabalho, entretanto, ficou claro que<br />

mesmo em uma área contínua e só em ambiente florestal, famílias de moscas coletadas<br />

com armadilhas Malaise armadas ao nível do solo são sensíveis à variação espacial (tipo<br />

de cobertura florestal) assim como variações temporais (sazonal e anual).<br />

Dentre os taxa superiores o uso da resolução taxonômica em nível de famílias pode<br />

ser o mais útil por exigir do pesquisador um treinamento taxonômico bem inferior ao<br />

necessário, por exemplo, para identificação de gêneros. Isso é particularmente<br />

verdadeiro para a identificação de moscas.<br />

Não se deve esperar que as respostas obtidas com níveis taxonômicos superiores<br />

sejam idênticas a aquelas obtidas com espécies. Muitos autores demonstram uma<br />

exigência muito grande ao não recomendar o uso de taxa superiores, rejeitando-os<br />

mesmo quando é observada pequena perda de sensibilidade (veja p.e. CARDOSO et al.<br />

2004).<br />

Existe sempre uma perda de informação usando riqueza de taxa superiores.<br />

Entretanto é muito menos provável que a ocorrência ou não de uma família em um<br />

determinado local seja por acaso. Uma variação aleatória pode ser bem mais comum no<br />

nível específico. E para os grupos nos quais a análise apenas da riqueza de famílias seja<br />

insuficiente a inclusão da abundância de indivíduos por família, se apresenta como uma<br />

boa solução para o aumento da sensibilidade.

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