Relatório 2005 Diversidade Faunística - ICB - UFMG
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Introdução<br />
395<br />
Segundo Wolda (1983), existem muitos exemplos de padrões de flutuação de<br />
populações de insetos, porém para os trópicos, tais dados são extremamente escassos.<br />
Não existem dados, pelo menos na literatura, de insetos em habitats não perturbados,<br />
pelo menos cobrindo um mínimo de seis anos. Apesar disto, tais tipos de dados são<br />
extremamente importantes para teorias de dinâmica de população. Em regiões tropicais,<br />
onde supostamente as condições ambientais são mais estáveis, a ocorrência de grande<br />
parte dos grupos de insetos é previsivelmente sazonal. Nessas áreas estrutura do habitat<br />
e a fragmentação podem minimizar ou exacerbar os efeitos das modificações sazonais<br />
na abundância das espécies.<br />
Para Holdridge (1987) deve-se trabalhar rápido no estudo de comunidades<br />
naturais virgens, antes que sejam alteradas pelo homem, como também é necessário<br />
assegurar a conservação de suficientes áreas não alteradas, para estudos em longo prazo.<br />
As comunidades de abelhas são importantes para a manutenção de ecossistemas<br />
terrestres, pois são responsáveis por cerca de 70% da polinização de todas as<br />
angiospermas (Roubik, 1989). Porém, suas populações são bastante sensíveis a<br />
variações ambientais, principalmente se seus locais de nidificação forem de alguma<br />
forma alterados. Elas exibem diferentes graus de especialização na coleta de alimento,<br />
na escolha de locais para a nidificação e diferentes graus de sociabilidade, o que nos<br />
permite discernir claramente entre espécies mais exigentes e espécies mais generalistas,<br />
mesmo em áreas mais degradadas.<br />
A utilização de ninhos armadilha permite a obtenção de informações sobre a<br />
diversidade e abundância de espécies que nidificam em cavidades pré-existentes, além<br />
da biologia, material de construção e recursos fornecidos para as larvas.<br />
Em Minas Gerais, estudos sobre a melitofauna de fragmentos preservados ainda<br />
são escassos, com exceção de alguns levantamentos em algumas áreas isoladas (Silveira<br />
e Cure 1993, Silveira et al. 1993, Silveira & Campos 1995, Antonini & Martins 2003,<br />
Araújo & Antonini, dados não publicados). A fauna de abelhas é pouco conhecida na<br />
Região do Vale do Rio Doce, e estudos em longo prazo se fazem necessários para que<br />
se conheça a flutuação das populações destes organismos.<br />
Esse trabalho tem por objetivo o levantamento, em longo prazo, da fauna de<br />
abelhas para avaliar sua riqueza e abundância, sua sazonalidade em diferentes áreas em