ESPAÇOS DE LEITURA SUMÁRIO - TV Brasil
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Há a história de um leitor medieval, contada por um italiano, Carlo Guinsburg. O leitor, um oleiro,<br />
como não era de regra na Idade Média, leu uns poucos livros. Somados a seu pensamento vivo e<br />
extraordinário, à sua imaginação abrasante, quanto conhecimento com esses poucos-muitos livros.<br />
Tanto que as labaredas da Inquisição não deixaram o pobre Menocchio em paz. Perseguiram-no<br />
até... bem, não vou contar o final. Quem sabe você queira ler e a pior coisa que pode acontecer é um<br />
desmancha-prazeres contar o final da história.<br />
Assim, o final do Menocchio você confere depois, que o que vem ao caso agora é a moral da<br />
história: os livros fazem os leitores e os leitores fazem os livros. O que isso quer dizer? Se temos<br />
que lutar para que o pequeno canto de leitura cresça, que vire sala de leitura, biblioteca, cheia não<br />
só de livros, mas de revistas, de textos impressos, eletrônicos, de CDs, vídeos e materiais de todas<br />
as naturezas, temos também, e principalmente, que ver em cada exemplar de nosso pequeno ou<br />
grande acervo uma possibilidade, promessa, potencialidade.<br />
Claro, nem todos os livros têm capacidades explosivas e o que pode funcionar para um leitor não<br />
funciona para outro. Mas entre a primeira e a quarta capa estão surpresas de que não podemos<br />
suspeitar. Não super, nem subestimemos os sinaizinhos sobre as páginas encadernadas de um livro.<br />
Mesmo porque não conhecemos os olhos que penetrarão nessas páginas. Os viajantes que passam<br />
pelas Estações de Leitura podem ser Menocchios disfarçados, fugindo da Inquisição!<br />
Emprestar livros<br />
Tem gente que não empresta livros. E não é por egoísmo, não, como aquela menina que maltratava<br />
a Clarice Lispector da Felicidade Clandestina. É por medo de perdê-los, pois tem quem pede<br />
emprestado, mas não devolve. E quem acaba pagando o pato é quem pede e devolve. Fica sem o<br />
livro. Que fazer?!<br />
Numa Estação da Leitura, não há segundas considerações. É máxima: nas Estações, os escritos<br />
circulam, hospedam-se nas estantes escolares, mas também nas domésticas, para serem lidos em<br />
família, com vizinhos, amigos, em grupo.<br />
O empréstimo domiciliar só não é obrigatório caso faltem materiais nas Estações, caso eles sejam<br />
escassos demais. Se não, não se justifica. E olhe que, mesmo assim, podem ser emprestados, por<br />
<strong>ESPAÇOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>LEITURA</strong>. 15 .