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ESPAÇOS DE LEITURA SUMÁRIO - TV Brasil

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A sala de aula como espaço de leitura significativa<br />

PROGRAMA 2<br />

<strong>ESPAÇOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>LEITURA</strong> NA ESCOLA: SALA <strong>DE</strong> AULA/CANTOS <strong>DE</strong> <strong>LEITURA</strong><br />

Antonia de Sousa Verdini 2<br />

Desde que nascemos, diferentes situações nos põem em contato com as palavras. Elas vão sendo<br />

ensinadas para que possamos nomear, reconhecer, dar sentido ao mundo onde vivemos e que temos<br />

necessidade de apreender e desvendar. Num sentido amplo, a leitura desponta junto com a própria<br />

existência, já que implica palavras em conexão com o universo que habitamos, significações,<br />

experiências, conhecimentos, relação com o outro, com a vida. Por isso, leitura tem a ver com a<br />

mobilização de nossa curiosidade, de nossos sentidos, de nosso ser por completo.<br />

No entanto, quando iniciamos o aprendizado do signo escrito, o que percebemos muitas vezes é um<br />

distanciamento dessa mobilização que nos toma por inteiro, em favor de uma decifração mecânica<br />

dos signos. A vida, os afetos, a sensibilidade, a inteligência desaparecem, trocados pela repetição<br />

monótona de sílabas, palavras, frases, parágrafos, textos descolados do mundo e da realidade que<br />

lhes dão sentido. A sala de aula deixa de ser um espaço para leituras significativas, tornando-se local<br />

de exercícios de linguagem vazios e compulsórios, que aborrecem e muitas vezes atemorizam as<br />

crianças.<br />

A reflexão sobre a sala de aula como espaço de leituras significativas reavivou minhas lembranças<br />

do período de "jardim da infância", quando meus dedos mergulhavam nas cores de tintas que<br />

comunicavam jeitos de sentir, de perceber um mundo inexplicável por palavras, vivendo todavia<br />

uma leitura do que se tinha para reconhecer. Um vaso pintado de verde... Eu me recordo da<br />

transformação do ocre do barro na cor viva que eu escolhera; nos cadernos de desenho, recriava<br />

cenários incomuns para freiras e leigas educadoras, dando testemunho do mundo que eu lia, mesmo<br />

levando bronca por irreverências e impertinências.<br />

Continuando no tempo, minhas recordações me devolvem a sensação de subir ao andar das salas do<br />

"primeiro ano". Ah!... O tão esperado momento de aprender a ler e escrever. Pura decepção! Nem<br />

<strong>ESPAÇOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>LEITURA</strong>. 29 .

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