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ESPAÇOS DE LEITURA SUMÁRIO - TV Brasil

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do desenvolvimento dos materiais, a especialização do espaço assumiu diversas configurações<br />

físicas e estéticas, acompanhando demandas e características socioculturais das sociedades,<br />

conferindo identidade e significado aos ambientes por elas constituídos.<br />

Cada cultura, em cada época, constrói referências espaciais e ambientais que a identificam: os<br />

jardins japoneses, as cidadelas medievais, os casarios coloniais brasileiros são alguns exemplos.<br />

Nesses lugares, crianças, jovens e adultos se reconhecem funcional, afetiva e culturalmente, por<br />

meio de experiências efetivas, de relações diretas, de narrativas, de imagens e eventos individuais,<br />

grupais ou coletivos. Vários mecanismos mentais e concretos acumulam, desse modo, registros na<br />

memória, relacionados ao espaço, a seus usos e apropriações. O papel do espaço, então, é essencial<br />

às relações que mantemos com o mundo: por meio das ações humanas, os lugares ganham<br />

expressão e significado, tornando-se parte de nossas vidas e histórias. Neles, são acumulados<br />

experiências, afetos e aprendizados - histórias e história.<br />

Daí que, dependendo das experiências, podemos manter tanto relações de familiaridade com os<br />

lugares, como de estranhamento, indiferença ou repulsa, variando tais sentimentos em função das<br />

ocorrências e dos sentimentos em nós despertados. O tempo da memória e o tempo das experiências<br />

atuam sobre o espaço, imprimindo-lhe marcas indeléveis.<br />

Em conseqüência, os leitores mantêm relações com os ambientes em que lêem, mesmo que tais<br />

relações não sejam mecânicas, automáticas, em linha direta. Eles estabelecem vínculos simbólicos,<br />

afetivos e psicológicos com os lugares em que atuam, reconhecidos nos elementos que os<br />

compõem, como os sinais ou elementos de comunicação e informação, a paisagem, a construção, a<br />

organização, o arranjo e a ambientação internos, as cores, texturas e cheiros. Quem não se lembra<br />

de situações, de cenários antigos, mas que ainda guardam sensações de extrema alegria e bem-estar<br />

presenciadas durante uma leitura de um conto, onde o espaço e o tempo são registrados na memória<br />

com toda a nitidez: aquela poltrona com braços, no canto da sala de estar, ao lado da janela<br />

atravessada pelo raio de sol do fim da tarde... Ah, as cores pastéis refletidas na parede em frente...<br />

Apoiado em experiências como estas, o leitor elege, qualifica o espaço como local de leitura, numa<br />

experiência única, pessoal. O espaço, seus componentes físicos, construtivos e ambientais, suas<br />

relações internas e externas, seus componentes simbólicos ganham sentido particular, incorporando-<br />

se ao ato de ler, à própria leitura. O mundo concreto e o subjetivo vinculam-se, promovendo<br />

<strong>ESPAÇOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>LEITURA</strong>. 37 .

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