ESPAÇOS DE LEITURA SUMÁRIO - TV Brasil

literatura.
Estava ali pra incentivar a leitura, escolhera a profissão para ter com quem compartilhar histórias.
Não podia ficar de braços cruzados. Foi ao ataque.
- Lê de tarde ou, então, logo depois do jantar.
- E a que horas eu brinco e vejo televisão? – respondeu sem perder tempo o devorador de literatura.
Sem saber o que fazer, a professora resolveu apelar para a primeira idéia. Já tinha ouvido falar disso
em algum lugar e que funcionava: criação de um horário com atividades livres, antes de começar as
programadas, para dar tempo de todo mundo chegar, sem atropelos. Podia ler histórias, contar,
desenhar, dramatizar... Podia trazer livro de casa, ler para os colegas; trazer fotos da família, contar
uma história engraçada, triste, nova, antiga, com o pai, o irmão, o avô... podia, podia, podia podia.
Tanto que, quem gostasse de ler noite adentro, também podia, já que tinha escolhido sua atividade
livre. Só não valia chegar depois do horário livre, viu Roberto, que era esse o nome do menino. Mas
falou isso dando um discreta e cúmplice piscadinha. O garoto considerou e respondeu:
- Vi!
A Diretora, que era inflexível em questões de horário, mas acima de tudo prática, aprovou a idéia.
Especialmente porque não sabia nunca que castigo aplicar em quem só chegava um pouquinho
atrasado, como o Roberto. E ele é tão tão meigo, tão desprotegido, pensou, sem coragem de dizer.
Diretoramente, não perdeu a bola:
-Vai ser uma ótima forma de castigo pra ele. Vai ter que ler sozinho em casa.
Como no cumprimento das funções, a diretora devia achar sempre alguma coisa a mais, não podia
deixar de completar:
- Só acho que você devia pedir uma ficha de leitura pra ele, pra comprovar se leu mesmo !
A professora ficou bem quietinha, fez que não ouviu. Sabia que a diretora falava só por obrigação
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