ESPAÇOS DE LEITURA SUMÁRIO - TV Brasil

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apropriação de seus conteúdos. Discutir, portanto, nesta perspectiva, a importância dos espaços de leitura na educação é tema de extrema relevância e pertinência no quadro atual da educação brasileira que, além do livro didático, vem oferecendo, mesmo que timidamente, outras modalidades de publicações aos alunos de nossas escolas públicas. Se esses materiais bibliográficos chegam de diferentes agências governamentais (federal, estadual, municipal), não se têm observado, contudo, discussões e reflexões sistemáticas sobre o significado educacional dessa nova realidade e o tratamento a ser dado a ela. Na verdade, diferentemente do que ocorre em inúmeros países europeus, nos Estados Unidos, no Canadá ou no Japão, não elaboramos ainda um pensamento minimamente compatível com a realidade aludida e estamos enfrentando a questão com instrumentos e saberes antigos, completamente inadequados às necessidades educacionais de nossa época. Em razão disso, os atos de distribuição de livros às escolas não atentam para o potencial educacional renovador que tal ação poderia representar, fosse outro o encaminhamento dado a ela. Da forma como é feita, sem as mediações necessárias à alteração do quadro atual, a chegada de livros às escolas acaba significando mera forma de apoio, de complementação, de ilustração de aulas tradicionais em que os professores falam e sabem e os alunos escutam e não sabem. Ao invés de oportunidade de transformação pedagógica, os livros representam a chegada de um recurso novo a serviço de práticas didático-pedagógicas tradicionais. Isso, claro, quando chegam realmente às mãos dos alunos. Muitas vezes, os livros perdem-se nos caminhos da burocracia ou em armários cujas chaves supostos defensores do patrimônio público guardam zelosamente consigo, sem permitir o acesso livre e necessário da comunidade escolar aos acervos escolares. Ao contrário, portanto, de oportunidade para o estabelecimento de um novo pacto pedagógico, baseado na pluralidade, na polifonia, na multiplicidade de dizeres e fazeres, a chegada de livros às escolas nem sempre consegue configurar novo quadro de relações entre conhecimento e educação. Apesar dos livros, prevalece a monologia pedagógica tradicional, em detrimento da necessária e desejável dialogia. A partir dessa realidade, discutir sob diferentes aspectos os espaços de leitura na educação é questão essencial. A escola, por exemplo, como espaço de leitura, vem se modificando nos tempos atuais? As práticas docentes e discentes em sala de aula estão sendo desenvolvidas em consonância com as novas realidades históricas e culturais? Estão sendo organizados novos espaços de leitura ESPAÇOS DE LEITURA. 4 .
nas escolas? Se não, por quê ? Se sim, que papéis vêm sendo reservados aos cantos de leitura, às salas de leitura, às bibliotecas escolares? Estão os professores lendo? Para os alunos, para si? Coordenadores, diretores e demais responsáveis por opções educacionais têm consciência do papel desses espaços, estão preocupados e empenhados com a criação de novas condições institucionais, de situações e lugares alternativos à sala de aula? Além disso, de que modo a escola se relaciona com espaços de leitura situados além de seus muros, mas igualmente essenciais à formação do leitor? Sabemos, por exemplo, que, dependendo dos modos como a escola desenvolve os processos de leitura, caminha-se para um paradigma da leitura como forma de diferenciação ou de identificação sociocultural. No Brasil, crianças que aprendem a ler muitas vezes ingressam num circuito distinto do de sua origem. Desse modo, elas correm riscos de desenraizamento, caso não sejam estabelecidas pontes entre tal aprendizagem e os ambientes familiares. De que modo, portanto, são criados tais vínculos, que trânsitos, que espaços de leitura são promovidos nas interações escola-família? Pais são chamados a participar dos espaços de leitura da escola? E outros familiares, vizinhos, amigos, comunidade? Da mesma forma, quais as colaborações, por exemplo, entre escola e bibliotecas públicas? Os alunos são estimulados pelos professores a freqüentar tais espaços? Como? Quando? Para quê? Por outro lado, são ensinados a percorrer seus meandros, são orientados nas pesquisas que devem realizar, aprendem a utilizar os recursos disponibilizados? Sabem localizar os livros, as informações? Sabem selecioná-las, registrá-las, tomar notas? Ora, estudos de várias naturezas, nacionais e internacionais, mostram que tudo isso é indispensável: leitura é fruição, mas é também trabalho, método, pesquisa, busca sistemática de informações e conhecimento. Debater, portanto, tais questões mostra-se como caminho indispensável e importante ao desenvolvimento educacional e cultural, já que este depende com certeza da superação de velhas formas incapazes de responder satisfatoriamente aos desafios que são colocados pela contemporaneidade. Objetivos: Discutir sobre a importância dos espaços de leitura na formação de leitores; ESPAÇOS DE LEITURA. 5 .
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