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O misterioso caso de Styles - Agatha Cristie.pdf

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Uma sombra apontou na cama e, olhando para cima, pu<strong>de</strong> ver Mary com seu braço ao<br />

redor <strong>de</strong> Cynthia. Ela parecia estar segurando a garota, que parecia estar totalmente<br />

confusa. Seu rosto estava <strong>de</strong>sanimado e ela bocejava repetidamente.<br />

Pobre Cynthia, está muito assustada. - disse Mary, em uma voz calma e suave. Ela<br />

usava seu avental branco, isso indicava que <strong>de</strong>veria ser mais tar<strong>de</strong> do que eu pensava.<br />

Percebi alguns fracos raios <strong>de</strong> luz através da cortina, e quando olhei para o relógio<br />

aproximava-se das 5 horas.<br />

Um estranho ruído <strong>de</strong> dor que veio da cama assustou-me. Uma dor violenta parecia<br />

tomar conta da velha senhora. As convulsões voltaram e alcançaram dimensões terríveis.<br />

Tudo estava confuso. Nós corremos para seu lado mas não tínhamos como socorrrê-la, ou<br />

se tínhamos não sabíamos como. Uma última e violenta convulsão <strong>de</strong>rrubou-a da cama, e<br />

ela pareceu <strong>de</strong>scansar; seu corpo estava todo contorcido. Em vão John e Mary tentavam<br />

fazê-la beber mais conhaque. Alguns segundos passaram. Novamente o seu corpo<br />

contorceu-se naquele movimento peculiar.<br />

Nesse momento, o Dr Bauerstein entrou rapidamente no quarto. Por alguns instantes<br />

pareceu imóvel a assustado observando a figura sobre a cama e, no mesmo momento, a Sra<br />

Inglethorp gritou com uma voz <strong>de</strong>storcida. Seus olhos fixos no Dr Bauerstein:<br />

-Alfred... Alfred... - então lentamente <strong>de</strong>ixou-se <strong>de</strong>scansar sobre a cama.<br />

Em um instante o doutor havia alcançado a cama; começou a movimentar<br />

rapidamente os braços da Sra Inglethorp enquanto ao mesmo tempo aplicava a respiração<br />

artificial. Ele <strong>de</strong>u algumas curtas or<strong>de</strong>ns aos criados, e com um sinal <strong>de</strong> mão or<strong>de</strong>nou-nos a<br />

sair do quarto. Todos sentíamos em nossos corações que já era tar<strong>de</strong> <strong>de</strong>mais, nada mais<br />

po<strong>de</strong>ria ser feito agora. Pu<strong>de</strong> ver pela expressão do Dr Bauerstein que ele mesmo tinha<br />

poucas esperanças.<br />

Finalmente ele <strong>de</strong>sistiu, e saiu balançando a cabeça negativamente. No mesmo<br />

instante ouvimos passos se aproximando, e o Dr Wilkins, médico da Sra Inglethorp, entrou<br />

apressadamente.<br />

Em poucas palavras o Dr Bauerstein explicou que estava passando pelo portão do sítio<br />

e viu um carro sair rapidamente, então veio o mais rápido que pô<strong>de</strong> até a casa. Com um<br />

gesto indicou o corpo sobre a cama.<br />

-Muito, muito triste. - disse o Dr Wilkins - Pobre senhora! Sempre ultrapassava seus<br />

limites; fazia muita coisa - contra minhas recomendações. E a havia avisado que seu<br />

coração não era muito forte. Vá com calma! - eu disse. Mas ela não queria saber; pensava<br />

no bem <strong>de</strong> todos menos no <strong>de</strong>la própria.

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