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O misterioso caso de Styles - Agatha Cristie.pdf

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-O fato <strong>de</strong> que o Sr Inglethorp usava roupas peculiares, barba e óculos?<br />

-Exatamente. Agora suponhamos que John ou Lawrence tenham se passado por ele;<br />

isso seria fácil?<br />

-Não. Mas claro que um ator...<br />

Poirot interrompeu-me bruscamente.<br />

-E por que não seria fácil? Vou lhe dizer, meu amigo: porque ambos são homens bem<br />

barbeados. Para tornar isso possível com um <strong>de</strong>sses dois à luz do dia, seria necessário um<br />

ator <strong>de</strong> cérebro privilegiado e com certa ressemblância facial. Mas no <strong>caso</strong> <strong>de</strong> Alfred<br />

Inglethorp, tudo mudou. Suas roupas, sua barba, o óculos que usava; estes são os pontos<br />

tocantes à sua aparência pessoal. Agora, qual o primeiro instinto <strong>de</strong> um criminoso? Desviar<br />

a suspeita <strong>de</strong> si mesmo. E como fazer isso? Jogando a culpa para cima <strong>de</strong> alguém! Nessas<br />

instâncias ele já teria um alvo <strong>de</strong>finido, por isso todos acreditaram na culpa do Sr<br />

Inglethorp. Esta seria uma conclusão precipitada que sofreria suspeitas, mas para evitar que<br />

isso acontecesse apareceram todas essas evidências <strong>de</strong> o veneno ter sido comprado pelo<br />

suposto Sr Inglethorp. Não se esqueça que o Sr Mace nunca viu <strong>de</strong> perto o Sr Inglethorp<br />

nem conversou com ele. Sendo assim <strong>de</strong>vemos ter gran<strong>de</strong>s dúvidas se este homem <strong>de</strong><br />

roupas peculiares e barda escura era mesmo o Sr Inglethorp.<br />

-Po<strong>de</strong> ser, - continuei, espantado com a eloqüência <strong>de</strong> Poirot - mas se for mesmo o<br />

<strong>caso</strong> por que ele não disse on<strong>de</strong> estava na segunda feira à noite por volta das seis horas da<br />

tar<strong>de</strong>?<br />

-E por que ele <strong>de</strong>veria? Se ele fosse preso ele teria dito, mas não acho que isso seja<br />

necessário. Eu preciso fazê-lo perceber a gravida<strong>de</strong> da situação, porque pelo seu silêncio<br />

está claro que ele não notou isso. Se ele não assassinou sua esposa <strong>de</strong>ve estar sendo usado<br />

como fantoche, e precisamos aconselhá-lo sem que o assassino saiba.<br />

-Quem po<strong>de</strong>ria ser? - pensei. Estava quase vencido pelas conclusões <strong>de</strong> Poirot, e<br />

começava a acreditar que eram mesmo verda<strong>de</strong>iras.<br />

-Você não consegue acreditar? - perguntou Poirot sorrindo.<br />

-Não. Você acredita?<br />

-Ah, sim. Eu tive uma idéia há algum tempo atrás, e ela tornou-se verda<strong>de</strong>ira.<br />

-Você nunca me falou! - disse eu transtornado.

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