O misterioso caso de Styles - Agatha Cristie.pdf
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-Certamente. A suposição é ridícula.<br />
O mesmo membro do júri que havia interrompido antes <strong>de</strong> toda essa polêmica sugeriu<br />
que o farmacêutico que fabricou o medicamento po<strong>de</strong>ria ter cometido um erro.<br />
-Isso é possível, sem dúvida. - replicou o médico.<br />
Mas Dorcas, a próxima testemunha chamada, <strong>de</strong>scartou a possibilida<strong>de</strong> ao dizer que o<br />
medicamento não era recentemente fabricado, pois a Sra Inglethorp havia tomado a última<br />
dose no dia <strong>de</strong> sua morte.<br />
Então a questão do medicamento foi totalmente abandonada, e o promotor continuou<br />
com suas perguntas. Após explicar como ela tinha sido acordada pelos violentos toques do<br />
sino da Sra Inglethorp, o promotor passou para o assunto da briga que havia ocorrido<br />
naquela tar<strong>de</strong>.<br />
O <strong>de</strong>poimento <strong>de</strong> Dorcas foi idêntico ao que ela havia dito a Poirot, então não o<br />
transcreverei aqui.<br />
A próxima testemunha foi Mary Cavendish. Ela parecia muito nervosa, e falou em um<br />
tom lento, baixo e claro. Respon<strong>de</strong>ndo às perguntas do promotor ela contou que seu relógio<br />
a <strong>de</strong>spertara às 4:30 Hs como <strong>de</strong> costume, e que se vestia quando ouviu o barulho <strong>de</strong> algo<br />
pesado que havia caído.<br />
-Que po<strong>de</strong>ria ter sido a mesa próximo à cama. - disse o promotor.<br />
-Eu abri a porta, - continuou Mary - e após alguns momentos o sino tocando<br />
violentamente, <strong>de</strong>pois vi Dorcas vir correndo acordar meu marido, e todos nós nos<br />
dirigimos para o quarto <strong>de</strong> minha sogra, mas ele estava trancado...<br />
O promotor interrompeu-a.<br />
-Realmente já estamos bem esclarecidos dos fatos ocorridos daqui em diante, então eu<br />
gostaria que a Sra nos contasse sobre a briga do dia anterior.<br />
-Eu?<br />
Havia certa petulância em sua voz. Ela levantou as mãos e arrumou o laço em seu<br />
pescoço, girando lentamente a cabeça para que ele se encaixasse. Um pensamento surgiu<br />
em minha cabeça: "Ela está tentando ganhar tempo."<br />
-Sim, eu entendo, - continuou o promotor - a senhora estava sentada no banco<br />
próximo à gran<strong>de</strong> janela francesa do escritório, não?