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Baixar - Brasiliana USP

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— 93" -<br />

lisongea-se, cornludo, em. sua vaidade, com o epitheío de<br />

cruel; nunca se zanga de ser desobedecida por excesso de<br />

amor : este sentimento justifica-se em si mesmo, porque a<br />

resistência excita e ínflamma, e então uma liberdade aulorisando<br />

outra, a mulher, que cede o mais ligeiro favor, vê-se<br />

obrigada a tudo perdoar, pois que está vencida, sem haver<br />

succumbido.<br />

Uma vez subjugada, a mulher não pôde mais ser livre; é<br />

mais fácil para ella, viver sem contrato algum, que limi- « /tar-se<br />

a um só, quando ousa dar o primeiro passo (1 ),-**•- *»y6V««wV<br />

Ella liga-se por seus favores, aos que a recebem; a qualidade £^<br />

de libertino nem sempre é nociva, mesmo para as mais prudentes,<br />

que se lisongeam de serem as reformadoras. As mulheres,<br />

são libertinas de coração, segundo um poeta inglez.<br />

Platão assegura, que ellas primeiro foram rapazes depravados,<br />

e accrescenta, que as mais determinadas espertalhonas<br />

estão bem longe do desagradar-lhes :<br />

Et mentem Venus ipsa dedit.<br />

Que se examine quão pouco ellas se estimam naturalmente<br />

entre si, por serem rivaes; que suas amizades nunca chegam<br />

a sacrificar-se a uma paixão; que os únicos laços que<br />

as podem prender, são os segredos do amor, que mutuamente<br />

temem, que se nâolraiam. Quantas vezes lambem se não<br />

ouvem essas meias palavras, esses epygrammas, e. essas picantes<br />

reticências, que as impustoras.e mesmo as devotas,<br />

(1) Não é bem cruel, para os melhores maridos verem precisamente<br />

as mulheres mais devassas, a maior parle das vezes por causa de<br />

sua mesma indulgência? Não queremos por provas senão os dous imperadores,<br />

Antonino, e Marco-AureKo, que esposaram as duas Fauttinas,<br />

mãi e filha, ambas infames por seus desregramentos desenfreados,<br />

e no entanto ambas collocadas por seus esposos na classe das<br />

deosas, a ponto de serem honradas publicamente nos templos depois<br />

de mortas.<br />

O imperador Cláudio, foi certamente um marido paciente e commodo,<br />

e evidentemente levado ao excesso por Messatina, e todavia tudo<br />

lhe teria perdoado.— Estamos convencidos, que a mulher, que franqueia<br />

seus favores á outro homem, que não o seu primeiro amante,<br />

franqueia a quantos a provoquem. O primeiro passo dado, o véo mysterioso<br />

do pudor rompe-se, e tudo esta perdido: ordinariamente a verdadeira<br />

amante, que sente a morte do seu amado, se sobre-vive, é para<br />

morrer depois em tormentos de dor e de saudades.

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