Baixar - Brasiliana USP
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toras, porque a conservação não é mais, que o desenvolvi^<br />
mento perpetuo da creação, ou antes, uma geração continua.<br />
Nossa vida sendo produzida pelo amor, só se conserva<br />
pelo amor; éa força e o principio de nossa existência, assim<br />
como causa de toda a reproducção. Nossa vida também, nunca<br />
é tão enérgica, como na época dos nossos maiores fogos<br />
d'anior, assim como nunca é mais languida e mais miserável,<br />
que na velhice, que nos precipita na morte. Os filios<br />
formados por pais esfalfados, são débeis, doentios e pouco<br />
amojosos, e sua.vida é curta; no entanto que, os formados<br />
em todo o vigor da idade e do amor, tornam-se robustos.,<br />
ardentes, e teem uma vida longa, se não abusam.<br />
Nos climas quentes, onde os alimentos são mais anima- 1<br />
dos, a vida e o amor adquirem uma impetuosidade extrema,<br />
d'ahi procede o findarem-se mais sedo. Acontece o contrário<br />
nas regiões glaciaes, onde o amor e a vida são languidos,<br />
inactivos, e por isso mais duráveis. O amor, que é o principio<br />
de nossa vida, proporciona-se ao estado particular de<br />
nosso globo, ou antes, recebemos uma quantidade determinada<br />
de amor e de vida da constituição e dos elementos de<br />
nosso mundo.<br />
Com effeito, esse amor ou essa vida, não é mais que uma<br />
porção do poder geral, que muda toda a natureza segundo<br />
as leis de Deos. Pois que a natureza, que renova todas as<br />
cousas,sua3 reproduções sem numero, que mulplicam os seres<br />
animados e os vegetaes, não são senão o effeito do principio<br />
de vida, que penetra em todo o universo e obra sobre<br />
cada uma de suas substancias.<br />
O amor, essa affecção universal, queaccende a tocha de<br />
todas as existências, que organisa, embelleza e exalta a vida,<br />
é especialmente o dominio da mulher, ou do ente depositário<br />
dos germens. Esle sentimento faz o destino natural de<br />
um sexo,que é fonte da reproducção. A necessidade.de amar,<br />
é mesmo da essência da mulher, quer seja por sua timidez<br />
impedir-lhe de ser forte, quer pelos deveres da maternidade,<br />
desenvolverem em seu seio novas producções, quer pela ternura,<br />
com que vela na educação e crescimento dessas creaturas<br />
innocentes, emanadas d'ella. Seu puder e seu galanteio<br />
são elementos neccessarios, d'esse sentimento reproductor,<br />
o mais sagrado, o mais respeitável da natureza, e ao mesmo