Baixar - Brasiliana USP
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— íse —<br />
« que nos prendessem, para fazermos companhia a nosso<br />
« pai; a sua innocencia nos tranquillisa.c nós o amamos<br />
« tantol Ah! nós não devemos duvidar do seu triumpho.»<br />
As lagrimas de alegria, que derramava esta virtuosa família,<br />
por se ver junta, continuavam a correr se n se esgotar.<br />
« Minhas filhas! minhas queridas filhas! (dizia o pai a cslas<br />
« almas sensíveis, abraçando-as com ternura) todos os meus<br />
« males se desvanecem, pois que gozo á satisfação da vossa<br />
« companhia. Agora desafio afoulamenle a sorte, á que abale<br />
« a minha constância.<br />
Fougeret, alguns mezes depois, foi conduzido ao cadafalso.<br />
Mma. Fougeret annunciou a suas filhas esta triste noticia no<br />
dia do seu supplicio, dizendo-lhes: « Vosso pai foi execute<br />
tado.»<br />
Os grilos espantosos e horríveis destas infelizes, fizeram<br />
conhecer a todos os presos a desgraça desta família estimavel,<br />
que sem poder alliviar a sua pena, conserva com profundo<br />
respeito, a memória de um pai, tão digno do amor do<br />
sua mulher, de suas filhas e de todos, por suas virtudes sociaes.<br />
Mma. Malizey assistia com seu pai, mãi c uma irmã", a<br />
uma leitura de Seneca, sobre a brevidade da vida, quando<br />
lhe annunciáram ter chegado a hora de comparecer no Tribunal<br />
Revolucionário, para ouvir a sua sentença de morte.<br />
Depois de ter visto entregar a seus pais e a sua irmã o aulo<br />
da accusação, e de os abraçar, entrou animosamenle n'um<br />
corredor, seguida da sua família, onde se achavam já muitos<br />
infelizes, esperando para serem transferidos, como ella,<br />
diante do tribunal de sangue. Vendo um velho septuagenário,<br />
que cedendo ao horror da morte, chorava como uma<br />
criança, encarou-o, e de um modo agradável fallou-lhe<br />
assim:<br />
« Quel vós sois homem e choraes? Eu não tenho menos<br />
« motivos do que vós, para me affiigir, sou mãi de família,<br />
« vou separar-me para sempre de meus filhos, tenho aqui<br />
« meu pai, minha mãi, e minha irmã, que vão soffrera mes-<br />
« ma sorte, e com tudo isso não me afflijo com um aconle-<br />
« cimento, que me reuue para sempre "a elles, e que nos le-<br />
« va á uma habitação, ondo viveremos juntos para não nos<br />
« apartarmos nunca.»<br />
Os presos, que a ouviam, tomáram-na como um anjo de