Baixar - Brasiliana USP
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de casada. Ella vivia ligada á família real, e tinha tanta<br />
amizade á-Rainha, que a acompanhou constantemente nos<br />
seus desgostos. Não havia mais de um mez, que ella tinha<br />
voltado de Londres, quando a Revolução mudou de face,<br />
pelo acontecimento de 10 de agosto. A corte de Inglaterra<br />
tinha-a tractado com grande distincção, instaudo-a muito<br />
para que ficasse em Londres, até que se restabelecesse o socegoem<br />
França;porém ella,sabendo que asperturbaçõesdeste<br />
paiz tomavam uma face mais terrível, e que a sua amiga<br />
era ameaçada de novas desgraças, quiz reunir-se a ella, e tomar<br />
parte na sua boa ou má fortuna. Os exemplos de amizade<br />
tão fortes, são de ordinário pouco communsnas cortes<br />
dos reis. Mma. de Lamballe foi encerrada em uma das prisões<br />
da Casa de Força, depois do dia 10 de agosto. No dia<br />
3 de setembro de manhã foram dizer-lhe, que iá ser transferida<br />
para as prisões da Albadja, instando-a a que se<br />
apromptasse para esta mudança. Ella estava ainda na cama,<br />
e respondeo, que prisão por prisão, lhe era indifferente o<br />
ficar em uma ou em outra, e não sequizlevantar..<br />
Um homem vestido com o uniforme de guarda nacional,<br />
chegando-se então mais perto delia, disse-lhecom aspereza,<br />
que obedecesse, porque dependia disso a sua vida. A infeliz<br />
senhora, enganada vilmente por este pérfido, disse, que faria<br />
o que lhe determinavam; supplicou ás pessoas, que tinham<br />
entrado na sua prisão, a que se retirassem, e depois de se<br />
vestir apressadamente, chamou o guarda nacional, o qual lhe<br />
deo o braço para a conduzir a um postigo da prisão, por<br />
onde se faziam sahir os presos. Quando.chegou ao Tribunal<br />
sanguinário,, teve tanto horror de ver as armas, e os algozes<br />
escorrendo.em sangue, e de ouvir os gritos de dôr das victimas,<br />
que elles estavam degolando na rua, que cahio em convulsões.<br />
Os infames assassinos, que se tinham erigido em<br />
juizes, fingiram que lhe queriam fazer interrogatórios. « Eu<br />
« não tenho que responder (disse a Princeza^ morrer mais<br />
« cedo, ou mais tarde, é para mim indifferente; porque estou<br />
« preparada para a morte.»<br />
« Ah! (disse o que presidia a este ajuntamento de assassi-<br />
« nos), ella não quer responder, conduzám-na á Abbadia.»<br />
Esta expressão era o signal de morte, em que estes bárbaros<br />
tinham concordado. Os algozes, arremeçando-se então á<br />
victima, levaram-na ao supplicio. Ainda bem não tinham