Notas Metodológicas - Ministério da Agricultura

PARTE I
O COMÉRCIO BILATERAL BRASIL – ÍNDIA
No último quadriênio, o comércio bilateral entre Brasil
e Índia apresentou um expressivo crescimento. Entre
2005 e 2009, a corrente de comércio expandiu a uma taxa
média de 24,4% ao ano, atingindo, em 2009, o pico de
US$ 5,6 bilhões. Não obstante esse crescimento linear, o
intercâmbio sofreu mudança estrutural no último ano, em
consequência da crise financeira internacional e da quebra
de safra indiana de cana-de-açúcar. A balança comercial,
que em 2008 era deficitária em US$ 2,5 bilhões, converteu-
-se em um superávit de US$ 1,2 bilhão em 2009, o maior
saldo da série histórica que se inicou em 1989.
As exportações brasileiras para a Índia estiveram,
no período 2005-2008, estagnadas em torno do valor
médio de US$ 1 bilhão. Em 2009, entretanto, a quebra
da safra indiana de cana-de-açúcar elevou sobremaneira
os preços internacionais do açúcar, além de ocasionar
um choque de oferta no mercado da Índia, o maior
consumidor mundial e o segundo maior produtor, atrás
apenas do Brasil. Dessa forma, o país saiu da condição
de exportador para a de importador líquido, adquirindo
18% das exportações brasileiras da commodity. Ademais,
houve um incremento de 66,4% nas vendas de
petróleo em bruto para este mercado, o que representou
uma receita de US$ 872,7 milhões. Como resultado, as
exportações brasileiras totais destinadas ao país asiático
cresceram 209,8% em 2009, redundando em um
montante recorde de US$ 3,4 bilhões.
Tabela I - Principais Produtos Não Agrícolas Exportados pelo Brasil para a Índia
PRODUTO
ÍNDIA
As importações originárias da Índia, por outro
lado, decresceram 38,5%, passando de uma cifra de
US$ 3,6 bilhões em 2008 para a de US$ 2,2 bilhões em
2009. Tal redução deveu-se, principalmente, à queda no
valor adquirido de óleo diesel, primeiro item da pauta,
cujas importações foram 64,5% inferiores.
Dentre os principais produtos não agrícolas exportados
pelo Brasil para a Índia, destacam-se os óleos brutos
de petróleo (US$ 872,7 milhões) e os sulfetos de minério
de cobre (US$ 134,6 milhões). No tocante às importações
de produtos não agrícolas indianos, destacam-se o
óleo diesel (US$ 541,9 milhões), produtos químicos orgânicos
(US$ 432,4 milhões) e equipamentos elétricos e
eletrônicos (US$ 217,5 milhões).
2007 2008 2009
US$ mil t US$ mil t US$ mil t
ÓLEOS BRUTOS DE PETRÓLEO 0 0 12.956 140.241 872.717 2.005.854
SULFETOS DE MINÉRIOS DE COBRE 235.717 111.475 219.771 102.783 134.611 102.485
OUTROS LAMIN. FERRO/AÇO, L > = 6DM,
QUENTE, ROLOS, E < 3MM
0 0 0 0 86.158 202.509
OUTRAS FORMAS DE AMIANTO (ASBESTO) 32.637 77.730 32.599 65.030 35.770 66.980
MOTOR ELÉTR. CORR. ALTERN. TRIF. 75KW <
POT < = 7500KW
OUTS. LAMIN. FERRO/AÇO, L > = 6DM, QUENTE,
ROLOS, 3MM < = E < = 4.75MM
OUTROS MINÉRIOS DE COBRE E SEUS
CONCENTRADOS
OUTS. AVIÕES A TURBOJATO ETC. 7000KG <
PESO < = 15000KG, VAZIOS
LAMIN. FERRO/AÇO, QUENTE, L > = 60CM, N/
ENROLADO, E > 10MM
US$ milhões
4.500
3.000
1.500
0
-1.500
-3.000
Gráfico I - Comércio Bilateral Total Brasil - Índia
EXPORTAÇÃO IMPORTAÇÃO SALDO
10.333 1.142 14.717 1.201 33.243 2.428
0 0 0 0 25.302 62.558
28.566 16.049 57.553 31.829 24.110 33.909
3.415
2.191
1.224
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Fonte: AgroStat Brasil, a partir dos dados da Secex/MDIC. Elaboração: SRI/Mapa.
0 0 25.197 13 23.000 13
396 166 0 0 14.361 19.659
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