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E' nesse ponto de indizível tempo<br />

Onde, por mysterioso encantamento,<br />

O sentir a razão vencer não pode,<br />

Nem a razão vencer ao sentimento.<br />

No fundo de noss'alma um espectáculo<br />

Se levanta de triste magestade,<br />

Se de um lado a razão seu facho accencle<br />

De outro os lyrios seus planta a saudade.<br />

Melancólica paz domina o sitio,<br />

Só da razão o facho bruxoleia<br />

Quando por entre os lyrios da saudade<br />

Do zelo semi-morto a serpe ondeia!<br />

Dous limites então na actividade<br />

Conhece o ser pensante, o ser sensível:<br />

Um impossível — a razão escreve,<br />

Escreve o sentimento outro impossível!<br />

Amei-te! os meus extremos <strong>com</strong>pensaste<br />

Com tanta ingratidão, tanta dureza,<br />

Que assim <strong>com</strong>o adorar-te foi loucura,<br />

Mais extremos te dar fora baixeza.<br />

Minlvalma nos seus brios offendida<br />

De prompto a seus extremos pôz remate,<br />

Que mesmo apaixonada uma alma nobre<br />

Desespera-se, morre, não se abale.

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