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r ontos vulneráveis lhe serviam ; nada perdoava, e por
in vez foi o filho do director da escola militar a
victima da sua musa satyrica, mordaz c chocarreira.
Rcscntiu-sc o pae da injuria feita ao filho, e tomou
0 brinco poético tam ao serio que não somente trancou
a matricula do joven Laurindo como conseguiu
do ministro dos ncgocios da guerra mandal-o recrutar
! Era por de mais dura a pena imposta pela prepotência
enthronisada a um talento tam desprotegido
da fortuna, e os amigos do joven poeta procuraram
por todos os meios que poderam illudir a ordem
ministerial. Promoveram uma subscripção e lograram
matriculal-o na faculdade medica d'esta corte. A
sua vingança foi estrondosa ; director e ministro tiveram
por sua vez o seu quinhão satyrico nos improvisos
com que o poeta se desforçara.
Ahi na faculdade medica estudou elle os dous
primeiros an nos luetando com as maiores difficuldades
que foram 11'uma progressão tal, que deixou
de proseguir nos seus estudos por falta de meios.
Havia tocado o extremo cia miséria e já no calycc
da amargura não lhe restava se quer uma gota para
seus resequidos lábios. Succumbira sua mãe ralada
de negros pezares, que mais que as doenças levam a
maior parte da humanidade ao tumulo, e seus olhos
já não tiveram lagrymas para chorai-a. Tinha sido
a sua vida n'este mundo um banquete de lagrymas
(14).
Só, como um rochedo no meio dos mares batido
pelas ondas da tempestade (15). Não tinha mas a
quem communicar as suas idéas, que se condoesse
1 s u a s d o r e s c soffrimentos (16), pois só lhe restava
esperar pela coroa do martyrio (17). Anniqui-