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— 56 — O rneu bem cm corta feira Em que comigo se achava Disse que não adoptava Pagode sem bebedeira. Eeprehendendo-a da asneira Lhe disse: « Mareia, o que fazes ? » Ella então fazendo as pazes Respondeu-me com carinho: « Gentes, pagode sem vinho Não é cousa de rapazes. » Este outro : Ou são quatro as graças bellas Ou tu és uma das tres Deu a seguinte glosa : Ou no beco das Cancellas Ha uma graça fugida Por vir do empirio corrida, Ou são quatro as graças bellas. Uma moça igual a cilas Lá encontrei uma vez Em certa noite de Reis, E lhe disse por chalaça: Ou ha de mais uma graça, Ou tu és uma das ires. Finalmente o mote Um só momento de amor Faz feliz um desgraçado. Teve por glosa esta decima ou colxeia: Ao meu cruel dissabor Vou morrer; vem dar-me Armia Como tocha da agonia, Um só momento de amor. Dá-me, dá-me por favor Um suspiro, um ai maguado;
— 57 — Que um ai de amor temperado Em duro e cruel transporte, Até nas ancias da morto Faz feliz um desgraçado. (8) Estas composições inéditas foram confiadas por seu irmão a uma pessoa, que nunca mais as restituiu. Cahiu por certo nas mão de algum colleccionador, que aguarda a occasião de convertel-as em moeda corrente. É moda do tempo. (9) « Nos registros consummidos pelas traças do tempo, diz Eduardo de Sá, ainda a memoria pôde conservar uns versos d'essa bella producção e que prestam o serviço de dar idéa do gênio e do sentimento da auctora; eil-os : « E n'essa embarcação onde te ausentas Do convez vendo a terra ou mesmo as aguas, Se o pensamento te disser que existo, Peza um pouco o rigor das minhas maguas. » (10) Antonio Augusto de Mendonça Júnior a quem elle dedicou a poesia Saudade branca, chorou com o joven poeta a morte de sua irmã. (11) Chorou-o na poesia O meu segredo. (12) Appareceu esse pobre menino assassinado na gruta dos Quilombolas, do morro do Corcovado, no dia 7 de Março de 1852. O seu assassino, Miguel Joaquim da Cunha, foi condemnado pelo jury d'esta Corte, em sessão de 31 de Outubro de 1853, a galés perpetuas, pena que lhe foi commutada em 12 annos de prisão com trabalho em segundo julgamento, em 9 de Maio de 1854. Nunca crime mais hediondo, e por motivos mais torpes chamaram a attenção publica para um dos julgamentos mais celebres de que ha lembrança nos tribunaes brazileiros. (13) Poesia Adeus ao Mundo.
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