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Não conte a ninguém

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Claro que não. Desviei os olhos e andei rapidamente até a<br />

cabine. O atendente do estacionamento – seu crachá dizia<br />

Cado – estava vendo televisão e comendo um sanduíche. Ele<br />

manteve os olhos na tela por meio minuto antes de desviá-los<br />

para mim. Depois, lentamente, sacudiu as migalhas das<br />

mãos, pegou meu tíquete e o carimbou. Paguei, e ele me entregou<br />

as chaves.<br />

O homem continuava lá.<br />

Fiz um grande esforço para não olhar em sua direção enquanto<br />

caminhava para o carro. Entrei, dei a partida e,<br />

quando alcancei a Décima Avenida, espiei pelo retrovisor.<br />

O homem já não estava mais olhando para mim. Fiquei<br />

observando-o até entrar na West Side Highway. Em momento<br />

algum ele olhou em minha direção. Paranoia. Eu estava<br />

ficando meio paranoico.<br />

Então por que Elizabeth mentira para mim?<br />

Pensei a respeito, mas não cheguei a nenhuma conclusão.<br />

Ainda faltavam três horas para a mensagem de Bat Street.<br />

Três longas horas. Eu precisava me distrair. Pensar demais<br />

no que poderia haver do outro lado daquela conexão virtual<br />

acabaria me causando uma úlcera.<br />

Eu sabia o que tinha de fazer. Estava simplesmente tentando<br />

adiar o inevitável.<br />

• • •<br />

Quando cheguei em casa, vovô estava sentado em sua cadeira,<br />

sozinho. A televisão estava desligada. A enfermeira<br />

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