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Não conte a ninguém

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– Lembra que prenderam um suspeito?<br />

– Um morador de rua – respondi. – Um dos rapazes que<br />

ele ajudava, certo?<br />

– Sim. Eles prenderam Helio Gonzalez, então com 22 anos.<br />

Morador de um conjunto habitacional no Harlem. Sua ficha<br />

policial era tão comprida quanto o currículo de um astro da<br />

Galeria da Fama. Assalto à mão armada, incêndio criminoso,<br />

agressão, um bandido da pesada esse tal de Gonzalez.<br />

Minha boca estava seca.<br />

– As acusações não acabaram sendo retiradas? –<br />

perguntei.<br />

– Sim. <strong>Não</strong> havia muitas provas. Foram encontradas impressões<br />

digitais de Gonzalez na cena do crime, mas muitas<br />

outras também. Havia fios do cabelo de Scope e até uma<br />

mancha de sangue do seu tipo sanguíneo na residência de<br />

Gonzalez. Mas Scope estivera no prédio antes. Poderíamos<br />

ter facilmente alegado que foi assim que o material chegou lá.<br />

Apesar disso, havia indícios suficientes para a prisão preventiva,<br />

e os tiras tinham certeza de que descobririam mais<br />

provas.<br />

– Mas o que a<strong>conte</strong>ceu? – perguntei.<br />

Flannery continuava sem olhar para mim. Aquilo me desagradou.<br />

Flannery era o tipo do cara que vivia num mundo<br />

de sapatos lustrosos e contatos visuais. Eu conhecia aquele<br />

tipo de gente. <strong>Não</strong> queria nada com eles, mas os conhecia.<br />

– A polícia conseguiu calcular a hora da morte – continuou<br />

ele. – Os legistas mediram a temperatura do fígado. Scope foi<br />

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