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Não conte a ninguém

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– O que está a<strong>conte</strong>cendo, Shauna?<br />

Ela não me encarou.<br />

– O que você diz não faz sentido – falei.<br />

– Acho que fui bastante clara…<br />

– Você sabe o que eu estou querendo dizer. Você está estranha.<br />

Ao telefone, disse que precisava falar comigo. A sós. E<br />

para quê? Para me dizer que minha esposa no final das contas<br />

está mesmo morta? – Fiz um gesto de reprovação com a<br />

cabeça. – Eu não aceito isso.<br />

Shauna não reagiu.<br />

– Fale – pedi.<br />

Ela voltou a me encarar.<br />

– Estou assustada – ela disse num tom de voz que fez os<br />

pelos de minha nuca se eriçarem.<br />

– Por quê?<br />

A resposta não veio de imediato. Eu conseguia ouvir Linda<br />

na cozinha, o tinido de pratos e copos, o som da geladeira se<br />

abrindo.<br />

– Essa longa história que acabo de contar – continuou<br />

Shauna por fim – serve tanto para mim quanto para você.<br />

– Eu não entendo.<br />

– Eu vi algo… – Sua voz se extinguiu. Ela respirou fundo e<br />

tentou de novo. – Eu vi algo que minha mente racional não<br />

consegue explicar. Como na história de Omay. Sei que tem<br />

que haver outra explicação, mas não consigo encontrar. –<br />

Suas mãos começaram a se mexer, os dedos tocando<br />

nervosamente os botões, puxando fios imaginários da roupa.<br />

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