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Não conte a ninguém

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5<br />

NÃO DESGRUDEI OS OLHOS da tela do computador.<br />

Eu estava paralisado. Os meus sentidos, mais do que<br />

sobrecarregados. Cada parte do meu corpo estava<br />

entorpecida.<br />

<strong>Não</strong> era possível. Eu sabia. Elizabeth não caíra de um iate e<br />

fora considerada afogada, seu corpo nunca encontrado. Ela<br />

não havia sido queimada a ponto de se tornar irreconhecível<br />

ou algo semelhante. Seu corpo fora localizado em uma vala à<br />

margem da Rodovia 80. Surrado, talvez, mas ela havia sido<br />

identificada.<br />

<strong>Não</strong> por você…<br />

<strong>Não</strong> por mim, mas por dois membros da família: o pai e o<br />

tio. De fato, foi Hoyt Parker, meu sogro, quem me contou que<br />

Elizabeth estava morta. Ele e o irmão Ken foram ao meu<br />

quarto no hospital pouco depois que recobrei a consciência.<br />

Hoyt e Ken eram parrudos, grisalhos e tinham feições<br />

pétreas. Um deles era policial em Nova York, o outro, agente<br />

federal, ambos veteranos de guerra. Eles tiraram os chapéus<br />

e tentaram dar a notícia com a empatia semidistante de<br />

profissionais, mas não me convenceram, e eles próprios não<br />

fizeram muita força para isso.<br />

Portanto, quem eu acabara de ver?<br />

No monitor, ondas de pedestres continuavam passando.<br />

Fiquei olhando, torcendo para que ela voltasse. Em vão. Que

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