18.04.2013 Views

Não conte a ninguém

Não conte a ninguém

Não conte a ninguém

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

9<br />

ESTACIONEI O CARRO A DOIS QUARTEIRÕES da clínica.<br />

Preferia estacionar um pouco longe a me arriscar a não encontrar<br />

vaga.<br />

O xerife Lowell surgiu do nada acompanhado de dois homens<br />

com cabelos à escovinha e ternos cinza. Os dois estavam<br />

encostados em um enorme Buick marrom. Fisicamente<br />

eram opostos: um era alto, magro e branco; o outro,<br />

baixo, gordo e negro. Juntos lembravam uma bola de boliche<br />

tentando derrubar o último pino. Os dois homens sorriram<br />

para mim. Lowell não sorriu.<br />

– Dr. Beck? – disse o pino. Estava impecavelmente arrumado:<br />

brilhantina no cabelo, um lenço dobrado no bolso, o<br />

nó da gravata de uma precisão espantosa, óculos de aros<br />

grossos, do tipo usado por atores quando querem parecer<br />

charmosos.<br />

Olhei para Lowell. Ele não disse nada.<br />

– Sim.<br />

– Sou o agente especial Nick Carlson, do FBI – continuou o<br />

homem. – Este é o agente especial Tom Stone.<br />

Os dois ostentavam distintivos reluzentes. Stone, o mais<br />

baixo e rechonchudo, suspendeu a calça e cumprimentou-me<br />

com a cabeça. Em seguida, abriu a porta traseira do Buick.<br />

– Importa-se de nos acompanhar?<br />

– Tenho um paciente daqui a 15 minutos – respondi.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!