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Não conte a ninguém

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– <strong>Não</strong>, nenhuma – disse ele. – Olhe, se não tiver mais perguntas,<br />

tenho dois rapazes que arrebentaram um Civic num<br />

poste telefônico esperando por mim.<br />

Carlson segurou a ficha firmemente.<br />

– Tudo bem – respondeu –, mais nenhuma pergunta. Mas<br />

e se eu precisar me comunicar com você?<br />

– Estarei no escritório.<br />

• • •<br />

PETER FLANNERY, ADVOGADO, estava gravado em letras<br />

douradas desbotadas no vidro áspero da porta. Havia um<br />

buraco no vidro, do tamanho de um punho. Alguém o havia<br />

remendado com fita isolante. A fita parecia velha.<br />

Mantive a viseira do boné abaixada. Meu corpo doía por<br />

causa da tortura do sujeito asiático. Tinha ouvido meu nome<br />

no rádio: oficialmente eu era um homem procurado pela lei.<br />

Difícil meter aquilo na cabeça. Estava numa tremenda fria,<br />

mas tudo parecia estranhamente remoto, como se estivesse<br />

a<strong>conte</strong>cendo com alguém que eu conhecesse apenas vagamente.<br />

Eu, o sujeito em questão, nem estava esquentando a<br />

cabeça. Tinha apenas uma ideia fixa: encontrar Elizabeth. O<br />

resto era secundário.<br />

Tyrese me acompanhava. Meia dúzia de pessoas estava espalhada<br />

na sala de espera. Duas usavam colares cervicais.<br />

Uma delas trazia uma gaiola com um pássaro. <strong>Não</strong> consegui<br />

entender para quê. Ninguém se deu o trabalho de erguer os<br />

olhos para nós, como se tivessem pesado os benefícios de<br />

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