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Não conte a ninguém

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Mas havia dois detalhes que contrariavam tudo aquilo. Em<br />

primeiro lugar, não sou dado a delírios. Sou um cara extremamente<br />

racional e, bem diferente da maioria das pessoas,<br />

tenho os pés no chão. Segundo, o desespero poderia até<br />

ter obscurecido meu raciocínio, e a fotografia digital poderia<br />

até ter feito muitas coisas.<br />

Mas não aqueles olhos…<br />

Os olhos dela. Os olhos de Elizabeth. Era impossível que<br />

fossem antigas fotografias transformadas em vídeo digital.<br />

Aqueles olhos pertenciam à minha esposa. Minha mente racional<br />

tinha certeza disso? <strong>Não</strong>, claro que não. <strong>Não</strong> sou nenhum<br />

ingênuo. Mas, levando em conta o que vi e todas as perguntas<br />

que formulei, acabei praticamente descartando a<br />

demonstração do vídeo de Shauna. Eu chegara em casa convencido<br />

de que receberia uma mensagem de Elizabeth.<br />

Agora eu já nem sabia mais o que pensar. A bebida devia<br />

estar contribuindo para minha perplexidade.<br />

Chloe parou para dar uma longa fungada. Aguardei sob um<br />

poste de luz e observei sua sombra alongada.<br />

A hora do beijo…<br />

Chloe rosnou ao perceber um movimento em um arbusto.<br />

Um esquilo atravessou correndo a rua. Chloe fez menção de<br />

correr atrás. O esquilo parou e se virou para nós. Chloe latiu,<br />

como que dizendo: “Sorte sua eu estar presa na guia.” Na verdade,<br />

ela não faria nenhum mal ao esquilo. Chloe era incapaz<br />

de matar um mosquito.<br />

A hora do beijo…<br />

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