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Não conte a ninguém

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Loucura.<br />

Ela se levantou e arriscou outra olhada para Beck. Seu coração<br />

desabou como uma pedra caindo num poço. Ele parecia<br />

tão sozinho lá embaixo, tão pequeno, frágil e indefeso. Será<br />

que ele tinha conseguido se adaptar à morte dela? Provavelmente.<br />

Teria enfrentado a realidade e reconstruído sua vida?<br />

Também era provável. Teria se recuperado do golpe para que<br />

a burrada dela lhe desse uma nova porrada?<br />

Definitivamente.<br />

As lágrimas retornaram.<br />

Ela pegou as passagens de avião. Preparo. Aquele sempre<br />

fora o segredo de sua sobrevivência. Preparar-se para<br />

qualquer eventualidade. Por isso planejara o encontro ali, em<br />

um parque público onde ela teria a vantagem da familiaridade.<br />

<strong>Não</strong> admitira para si mesma, mas ela sabia que a possibilidade<br />

– não, a probabilidade – de ser seguida por eles<br />

existia.<br />

Agora já era.<br />

A pequena abertura, se é que chegara a existir, havia se<br />

fechado novamente.<br />

Hora de ir embora. Sozinha. E desta vez para sempre.<br />

Perguntou a si mesma como ele reagiria ao não aparecimento<br />

dela. Ele continuaria grudado no computador à espera<br />

de e-mails que jamais chegariam? Olharia para os rostos dos<br />

estranhos e imaginaria ter visto o dela? Simplesmente esqueceria<br />

tudo e seguiria em frente? No fundo de sua alma, era<br />

isso o que ela queria que ele fizesse?<br />

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