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Não conte a ninguém

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– Assim como a<strong>conte</strong>cia com Brandon e Elizabeth.<br />

– Sim.<br />

– Depois de trabalhar algum tempo com ele, meu pai<br />

descobriu que monstro Brandon realmente era. Estou certo?<br />

Hoyt continuou bebendo.<br />

– Ele não sabia o que fazer – prossegui. – Tinha medo de<br />

contar a verdade, mas não podia deixar o barco correr. A<br />

culpa o consumia. Daí seu silêncio nos meses antes de sua<br />

morte. – Parei e pensei no meu pai, assustado, isolado, sem<br />

<strong>ninguém</strong> a quem recorrer. Por que eu não enxergara o problema?<br />

Por que não olhara além do meu mundo para ver sua<br />

dor? Por que não estendi a mão? Por que não fiz nada para<br />

ajudá-lo?<br />

Olhei para Hoyt. Eu tinha um revólver no bolso. Quão<br />

simples seria… Bastava pegar a arma e apertar o gatilho.<br />

Bum. E adeus, Hoyt. Só que eu sabia por experiência própria<br />

que aquilo não resolveria droga nenhuma. Pelo contrário.<br />

– Continue – disse Hoyt.<br />

– A certa altura, papai resolveu desabafar com um amigo.<br />

Mas não um amigo qualquer. Um tira, um policial que trabalhava<br />

na cidade onde os crimes vinham sendo cometidos. –<br />

Meu sangue começou a ferver, ameaçando entrar em erupção<br />

novamente. – Você, Hoyt.<br />

Algo em seu rosto mudou.<br />

– Até aqui acertei?<br />

– Na mosca – respondeu ele.<br />

– Você contou para os Scope, não foi?<br />

Ele confirmou, com um gesto de cabeça.<br />

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