18.04.2013 Views

Não conte a ninguém

Não conte a ninguém

Não conte a ninguém

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

contrafortes do monte Meru, na Tanzânia, ao que se seguiria<br />

uma marcha de três dias.<br />

Uma vez ali – num dos poucos lugares deste planeta sem<br />

rádio, sem televisão, sem eletricidade –, eles estariam livres.<br />

Os nomes nas passagens eram Lisa Sherman e David Beck.<br />

Deu uma última ajeitada na peruca e <strong>conte</strong>mplou seu<br />

reflexo.<br />

Sua visão se obscureceu e, por um momento, ela estava de<br />

volta ao lago. A esperança queimou em seu peito, mas, desta<br />

vez, ela nada fez para extingui-la. Conseguiu dar um sorriso e<br />

afastou-se do espelho.<br />

• • •<br />

Tyrese e Brutus me deixaram na esquina da Rua 4 Oeste<br />

com a Lafayette, cerca de quatro quarteirões a leste do<br />

parque. Eu conhecia muito bem a região. Elizabeth e Rebecca<br />

haviam dividido um apartamento em Washington Square,<br />

sentindo-se deliciosamente avant-garde em suas incursões ao<br />

West Village – a fotógrafa e a advogada assistente social lutando<br />

para ser boêmias em meio aos companheiros de boemia<br />

criados em subúrbios abastados e aos revolucionários de<br />

carteirinha. Francamente, eu nunca engoli aquilo, mas<br />

aceitava.<br />

Eu frequentava a Faculdade de Medicina de Colúmbia<br />

naquela época e tecnicamente morava na periferia, na Haven<br />

Avenue, perto do hospital hoje conhecido como New York<br />

Presbyterian. Mas, naturalmente, eu passava muito tempo no<br />

centro.<br />

262/437

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!