Memorabilia CACO 90 ANOS de HISTORIA - UFRJ
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<strong>CACO</strong> - <strong>90</strong> anos <strong>de</strong> História Série <strong>Memorabilia</strong> - <strong>UFRJ</strong><br />
No plano externo, reata as relações diplomáticas e comerciais com o bloco comunista<br />
e con<strong>de</strong>cora “Che” Guevara com a Or<strong>de</strong>m do Cruzeiro do Sul, maior comenda<br />
nacional.<br />
Sem base política, Jânio promete uma política econômica rígida para combater<br />
a inflação. Na prática não consegue <strong>de</strong>ter a corrupção e a especulação. Repleta<br />
<strong>de</strong> medidas impopulares, tais como o congelamento dos salários, a restrição <strong>de</strong><br />
créditos e o corte <strong>de</strong> subsídios fe<strong>de</strong>rais, suas escolhas geram reclamações por parte<br />
dos empresários e operários.<br />
Os protestos começam a se intensificar. A 24 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1961, Lacerda faz<br />
um discurso no rádio <strong>de</strong>nunciando uma suposta tentativa <strong>de</strong> golpe articulada por<br />
Jânio. No dia seguinte, após quase 7 meses no governo, o presi<strong>de</strong>nte renuncia. Não<br />
suportando a limitação imposta a seu governo pelo parlamento, Jânio, sabendo da<br />
aversão dos militares pelo vice-presi<strong>de</strong>nte João Goulart, objetiva um vazio <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r,<br />
que o reconduziria à presidência com amplos po<strong>de</strong>res constitucionais.<br />
João Goulart, muitas vezes acusado por militares e u<strong>de</strong>nistas <strong>de</strong> “esquerdista” e<br />
“populista”, encontrava-se em visita à China Comunista. Aproveitando-se <strong>de</strong> sua<br />
ausência, os ministros militares tentam impedir a sua posse, no entanto, uma ampla<br />
mobilização é organizada em todo o país em favor do cumprimento da Constituição.<br />
O governador do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, Leonel Brizola, promove a “Campanha da<br />
Legalida<strong>de</strong>” chamando o povo à resistência e, com o apoio do III Exército do Rio<br />
Gran<strong>de</strong> do Sul, é garantida a posse <strong>de</strong> Jango. Visando a conciliação, o Congresso<br />
adota temporariamente o parlamentarismo com vistas à posterior plebiscito no<br />
qual é escolhido como forma <strong>de</strong> governo o presi<strong>de</strong>ncialismo.<br />
Jango implanta o Plano Trienal <strong>de</strong> Desenvolvimento Econômico-Social. Contestado<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início pela esquerda, o plano é acusado <strong>de</strong> favorecer a gran<strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong><br />
e o imperialismo quando, para eles, o foco <strong>de</strong>veria se concentrar nas<br />
Reformas <strong>de</strong> Base.<br />
A direita conspira e pe<strong>de</strong> intervenção dos militares. Os governadores da Guanabara,<br />
Carlos Lacerda; <strong>de</strong> Minas, Magalhães Pinto, e <strong>de</strong> São Paulo, A<strong>de</strong>mar <strong>de</strong><br />
Barros articulam o golpe. Jango, pressionado, resolve tomar uma posição mais firme.<br />
Aten<strong>de</strong>ndo à esquerda, anuncia no dia 13 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1964, em comício na<br />
Central do Brasil para mais <strong>de</strong> 300 mil pessoas, a nacionalização das refinarias<br />
particulares <strong>de</strong> petróleo e a assinatura da tão almejada Reforma Agrária. Seis dias<br />
<strong>de</strong>pois, os setores conservadores da Igreja ao lado do empresariado paulista organizam<br />
uma passeata que congrega 400 mil pessoas, sob o nome “Marcha da Família<br />
com Deus pela Liberda<strong>de</strong>”.<br />
No Rio <strong>de</strong> Janeiro, entre 25 e 27 <strong>de</strong> março, pouco mais <strong>de</strong> mil marinheiros <strong>de</strong>claram-se<br />
em assembléia permanente. Os oficiais, por sua vez, gritam contra a<br />
quebra da hierarquia militar e exigem uma atitu<strong>de</strong> enérgica <strong>de</strong> Jango que se recusa<br />
a reprimir os marinheiros.<br />
No dia 1 o. <strong>de</strong> março o general Mourão Filho, comandante da IV Região Militar,<br />
subleva suas tropas em Minas Gerais e, com o apoio do governador Magalhães<br />
Pinto, marcha para o Rio <strong>de</strong> Janeiro. O comandante do I Exército, General Âncora,