Memorabilia CACO 90 ANOS de HISTORIA - UFRJ

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CACO - 90 anos de História Série Memorabilia - UFRJ
SGCLS: A direita se organizava em torno
dos cursos na Associação dos Diplomados
na Escola Superior de Guerra (ADESG).
Faziam cursos lá e convidavam estudantes
para cursos de extensão, não sei bem
se na ESG ou na ADESG. Aquilo sim é
que era direita!
CACO: Como ficou o relacionamento do
Centro Acadêmico com Antônio Vicente,
vice do Atamir, que assumiu o cargo de
diretor após a renúncia?
SGCLS: Dos males o menor. Tínhamos uma
relação amistosa com ele, que deu condições
para realizarmos debates, o congresso
interno da Faculdade, aberto a todos,
com as discussões sobre o rumo da FND.
Tenho boas recordações do Antônio Vicente.
CACO: A senhora chegou a conhecer o
bandejão do centro da cidade?
SGCLS: Claro, era na FND mesmo. Vinha
um pessoal do IFCS para almoçar e nós
adorávamos. O nosso bandejão custava
em torno de R$ 0,25. O CACO lutava para
manter o bandejão, mas era uma luta difícil,
porque tínhamos de fiscalizar as condições
de higiene e brigar pela melhoria
dos serviços. Lembro que, na minha época,
começou a discussão sobre a abertura de
uma Atlética que ainda existe. Com todo o
respeito, mas segundo a nossa visão, consideraríamos
a existência de uma Atlética
uma grande derrota.
CACO: Por que uma grande derrota?
SGCLS: Por diversos motivos, mas dois em
particular: primeiro, porque as Atléticas
eram as turmas mais despolitizadas, de
direita mesmo; segundo e o mais importante,
porque o CACO queria a unidade
do movimento. E tínhamos que ter, no
CACO, a militância e o esporte, a cultura, o
estudo, o lazer, nunca fracionar a organização
e os interesses dos estudantes. Não
podíamos segregar atletas em uma entidade
diferente, mas discutir com todos e relacionar
o esporte à política.
CACO: Como era a relação do CACO com
o estudantes?
SGCLS: Quando entrei era conflituoso porque
o pessoal era bastante militante. Depois,
a nossa chapa passou e já era composta
pelo que chamávamos de “aluno
médio”. Nossa geração lutou muito pelo
ensino público de qualidade e defendia
que a legitimidade do representante discente
deveria estar vinculada à sua atuação
em aula, ao seu estudo.
CACO: Como se comportava a vanguarda
do movimento estudantil na FND, em
relação aos demais estudantes?
SGCLS: Na minha época, os estudantes
participavam. Havia a idéia de grupo de
vanguarda que, algumas vezes, atuou, como
na ocasião do “apitaço” contra Aureliano
Chaves. Naquele episódio houve a
atuação de uma vanguarda, com o apoio
do pessoal mais militante, inclusive do IFCS
e do DCE. Mas nos anos 87, 88 e 89 havia
no país uma intensa mobilização. Existem
sempre, obviamente, diferenças entre quem
participa mais e quem participa menos.
CACO: Como se refletiu, na FND, a eleição
de 89, com a coalizão do Brizola e do
Lula?
SGCLS: Existia polêmica. O PDT já estava
fragilizado, mas tinha alguma força. Em 89,
a hegemonia no CACO não era do PDT.
CACO: Como era o posicionamento político
dos professores? Havia algum racha?
SGCLS: Havia professores que nos apoiavam
em alguns casos como Alaor Eduar-