Memorabilia CACO 90 ANOS de HISTORIA - UFRJ

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CACO - 90 anos de História Série Memorabilia - UFRJ
CACO: Depois da reabertura do CACO, a
disputa política envolvia uma ampla
maioria dos estudantes?
RMC: A disputa mobilizou muitos estudantes.
Existia mais de uma chapa e essa oposição
formada, ajudava a esquentar a disputa.
A chapa de oposição era liderada por
um rapaz chamado Santana que tinha grande
expressão no turno da noite.
CACO: Qual era o nome da sua chapa em
78?
RMC: Reforma, que, aliás, é um nome horrível.
Mas, como o nome Reforma sempre
foi referência para os estudantes de Direito,
um nome ligado às principais lutas estudantis,
quisemos homenagear a gestão do
CACO de 47, do Costa Neto. 2 “Reforma”
era um carimbo que significava que estávamos
ali de novo.
CACO: Como ficou o CACO durante a
sua gestão?
RMC: Éramos uma diretoria de pessoas com
os mesmos interesses. No primeiro ano,
vencemos muito bem. No segundo ano a
diretoria se dividiu em duas chapas, a
minha e uma outra encabeçada por Paulo
Bessa. Houve ainda nesse ano, uma terceira
chapa formada, se não me engano, por
Roberto Osman para presidente e Paulo
Ramalho para vice. Acabamos vencendo,
mas se juntássemos os votos das outras
duas chapas da ex-diretoria, contaríamos
com uma quantidade maior de votos.
Importante lembrar que na primeira reunião
da segunda diretoria do CACO reaberto, o
presidente renunciou e seu vice também.
CACO: Como se encontravam as forças
políticas na faculdade?
RMC: A maioria das forças políticas era de
centro ou de esquerda, como o Movimento
Revolucionário 8 de Outubro (MR-
8) e o Partido Comunista Brasileiro (PCB).
O grupo do MR-8 ganhou a primeira eleição
para o DCE na UFRJ, mas o PCB venceu em
vários centros acadêmicos. Importante
deixar claro que a atuação do CACO era
independente das forças políticas, pelo fato
de ser capaz de fazer frentes políticas.
CACO: Quais foram as atividades feitas
para a reabertura do CACO?
RMC: Principalmente palestras com Haddock
Lobo, por exemplo. Queríamos que
fosse um marco da reabertura do CACO.
CACO: Como era o relacionamento do diretor,
professor Machado Paupério, com
os representantes de turmas?
RMC: Não tivemos problemas com a Diretoria.
Elegíamos os representantes das turmas
e isso tinha legitimidade perante o
movimento estudantil. Se o diretor não reconhecesse
legalmente o Conselho de Representantes,
isso não traria problemas no
relacionamento com o movimento. O único
obstáculo era que ainda estávamos
todos sob uma ditadura.
CACO: Qual a alegação para a suspensão
das aulas no período de eleições para o
CACO?
RMC: Não me lembro de suspensão de
aulas. O professor Paupério não tinha hostilidade
contra o CACO. O que pode ter ocorrido
foi uma suspensão das aulas do
turno da noite, que tinha uma participação
menor nas atividades da faculdade,
mas não estou certo.
CACO: Como foi a reação dos professores
à reabertura do CACO?
RMC: Alguns professores não permitiram a
entrada do CACO em sala. Não houve
D 2 Sobre Francisco Costa Neto, v. entrevista p. 73.