Memorabilia CACO 90 ANOS de HISTORIA - UFRJ

More documents

Recommendations

Info

CACO - 90 anos de História Série Memorabilia - UFRJ ato em que foram padres, freiras, crianças de primeiro grau levadas pelos seus professores para a manifestação. A palavra de ordem pegou: “Mataram um estudante, podia ser seu filho”. O governo tinha que ter resolvido o problema do Calabouço, foi uma ignorância política. Não acabou com o Calabouço e ficou enrolando, então, numa manifestação, um policial deu um tiro e matou o Edson. 26 Foi uma repercussão enorme. Edson Luis foi um “Cem Mil, embrião”; e que embrião, não é? No Edson, fizemos uma comissão popular, com sindicalistas, políticos, padres, donas-de-casa e tirou-se uma comissão. Essa comissão que fez o 1 o de Maio. Foi um 1 o de maio muito mixuruca mas, mesmo assim, foi a primeira tentativa de uma comissão popular. CACO: O senhor foi preso saindo do Congresso... VP: Eu fui preso no início de agosto. Fizemos a passeata dos Cem Mil, depois uma chamada de 60 mil. Recuamos, voltamos para a faculdade. Nós tínhamos que voltar para a escola e reorganizar, depois vinham as férias... Então, recuamos para reorganizar o movimento dentro das escolas. E quando voltaram as aulas eu fui preso. Aí passei 45 dias preso e fui quase imediatamente para São Paulo. Passei 15 dias escondido. Tinha uma manifestação aqui no Rio, mas cheguei atrasado. CACO: Aí vem o AI-5 e joga areia no movimento estudantil. VP: Joga. Veja bem, já estava em decadência. O Movimento de massa estava em declínio, como é natural. O movimento de massa é sempre assim. O que acontece? Depende da energia das massas, não tem explicação científica, é assim. O que uma liderança tem que fazer é compreender quando a massa está recuando para poder organizar a recuada. O PCB ainda organizou grandes manifestações aqui, 30, 40 mil pessoas no segundo semestre. Mas já não conseguia mais ampliar. Começou o desgaste e ficaram isolados. Depois de Ibiúna houve manifestações, mas só de vanguarda. Iam 200 pessoas e faziam manifestações, e começou a pintar um clima muito ruim. Com o AI-5 acabou tudo mesmo. CACO: Depois vem a opção pela luta armada... VP: É, daí eu também continuei na direita. Eu sempre fui contra o encaminhamento que deram. O pessoal da Dissidência, depois da minha prisão, passou a adotar o militarismo. Eu sempre fui contra, achava que tínhamos que defender o movimento de massa. Luta armada, mas apoiada na população, no avanço político. O que aconteceu no Brasil foram ações armadas, não existiu uma luta armada no sentido convencional do termo, uma guerra de guerrilha. Aqui, o objetivo de todo mundo que assaltava banco era dizer que estava pegando dinheiro para fazer guerrilha rural, mas nunca fizeram. Aquilo virou um ato em si mesmo. Assaltava-se o banco, aparecia nos jornais e virava ato de protesto, cada vez mais distante de qualquer movimento social. Acho que o pessoal se envolveu porque não tinha outra alternativa, eu acho. O pessoal mais antigo também adotou esse caminho, o Marighela, o Mário Alves do PCB e outros. D 26 Assassinado em 28 de março de 1968 no restaurante Calabouço, em seu enterro estiveram presentes 50 mil pessoas. Esses três episódios, a morte de Edson Luiz, a “Sexta-feira Sangrenta” e a “Passeata dos Cem Mil” assinalavam a reviravolta das classes médias que começam a abraçar as lutas estudantis; em 13 de dezembro de 1968 é editado o AI-5. 203
204 CACO - 90 anos de História Série Memorabilia - UFRJ CACO: O senhor saiu do país depois do seqüestro do embaixador norte-americano, Charles Elbrick. Como foi? VP: Fui trocado pelo embaixador americano. Saí, fui para o México e de lá para Cuba, fiquei três anos em Cuba. Lá as informações eram monopolizadas pelo Marighela. Depois fui para a Argélia para poder vir para o Brasil. Em tese eu voltaria para o Brasil. Acabei decidindo ir para o Chile, passei um ano lá. Mas teve o golpe, 27 me refugiei na embaixada mexicana, e voltei para o México. Depois fui para Bruxelas. Eu só retornei para o Brasil com a anistia, em 79. CACO: Quando o senhor pôde retomar seus estudos? VP: Com 30 anos, quando fui para a Bélgica, em 74. Fui ser operário. Consegui entrar na Universidade de Bruxelas para fazer Economia e me formei em 79. D 27 Refere-se ao golpe de Estado do general Augusto Pinochet que derrubou o governo de Salvador Allende, em 11 de setembro de 1973.
Page 3 and 4:
CACO - 90 anos de História foi pro
Page 5 and 6:
Marcus Vinícius Giraldes Silva, Ma
Page 8 and 9:
SUMÁRIO Apresentação do CACO 9 D
Page 10:
Apesar de comemorar os 90 anos do C
Page 15 and 16:
14 CACO - 90 anos de História Sér
Page 17 and 18:
16 Formado, em 1932, pela antiga Fa
Page 19 and 20:
Page 21 and 22:
Page 23 and 24:
Page 26 and 27:
DA REVOLUÇÃO DE 30 À CRIAÇÃO D
Page 28 and 29:
Informe do Diretório Acadêmico da
Page 30 and 31:
Formado na Faculdade Nacional de Di
Page 32 and 33:
CACO - 90 anos de História Série
Page 34 and 35:
Page 36 and 37:
Page 38 and 39:
Ofício comunicando a posse da nova
Page 40:
Solicitação da Federação Brasil
Page 43 and 44:
Page 45 and 46:
Ofício de recebimento da circular,
Page 47 and 48:
Page 49 and 50:
Page 51 and 52:
50 Durante o Estado Novo, no auge d
Page 53 and 54:
Page 55 and 56:
Page 57 and 58:
Page 59 and 60:
Fotografia: Marco Fernandes/CoordCO
Page 61 and 62:
Page 63 and 64:
Page 65 and 66:
Page 67 and 68:
Page 69 and 70:
Convite para a solenidade comemorat
Page 72 and 73:
REFORMA VERSUS ALA E O GOVERNO DUTR
Page 74 and 75:
Capixaba enérgico foi presidente d
Page 76 and 77:
Page 78 and 79:
Page 80 and 81:
Page 82 and 83:
Page 84 and 85:
Ofício informando a composição d
Page 86 and 87:
Presidente do CACO em 1948, foi um
Page 88 and 89:
Page 90 and 91:
Page 92 and 93:
Solicitação de espaço para prest
Page 94 and 95:
Com um histórico de lutas polític
Page 96 and 97:
Page 98 and 99:
Page 100 and 101:
Page 102 and 103:
Page 104 and 105:
Presidente do CACO em 1949 atuou co
Page 106 and 107:
Page 108:
Page 111 and 112:
110 CACO - 90 anos de História Sé
Page 113 and 114:
Page 115 and 116:
Page 117 and 118:
Page 119 and 120:
Page 121 and 122:
Page 124 and 125:
DAS LUTAS PELAS REFORMAS DE BASE AO
Page 126 and 127:
Page 128 and 129:
Presidente do CACO em 1963 foi susp
Page 130 and 131:
Page 132 and 133:
Page 134 and 135:
Page 136 and 137:
Page 138 and 139:
Page 140 and 141:
Destacou-se pela intensa resistênc
Page 142 and 143:
Page 144 and 145:
Page 146 and 147:
Page 148 and 149:
Page 150 and 151:
Page 152 and 153:
No dia do Golpe de 64, estava no co
Page 154 and 155: CACO - 90 anos de História Série
Page 156 and 157: Ofício de suspensão dos alunos An
Page 158: Carta de comunicação do aniversá
Page 161 and 162: 160 CACO - 90 anos de História Sé
Page 165 and 166: Fotografia: Marco Fernandes/CoordCO
Page 185 and 186: Urnas na rua para a eleição da no
Page 187 and 188: Estudantes na entrada da FND organi
Page 189 and 190: 188
Page 203: 202 CACO - 90 anos de História Sé
Page 207 and 208: 206 “Você é contra ou a favor d
Page 209 and 210: Fotografia: Alex Costa Souza/CACO.
Page 219 and 220: Agentes do DOPS impedem protesto de
Page 233 and 234: Fotografia: Ronaldo. Jornal Correio
Page 255 and 256:
Page 257 and 258:
Page 259 and 260:
Page 261 and 262:
Page 263 and 264:
Page 265 and 266:
Page 270 and 271:
DA ANISTIA À CONSTITUIÇÃO DE 88
Page 272 and 273:
Page 274 and 275:
O atual advogado da Universidade Es
Page 276 and 277:
Page 278 and 279:
Page 280 and 281:
No movimento estudantil participou
Page 282 and 283:
Page 284 and 285:
Page 286 and 287:
Page 288 and 289:
Chapa da Reforma para as eleições
Page 290 and 291:
Manifestação dos estudantes no Sa
Page 292 and 293:
Manifestação dos estudantes de Di
Page 294 and 295:
Manifestação dos estudantes da FN
Page 296 and 297:
Alunos da FND ocuparam o gabinete d
Page 298 and 299:
Os estudantes enterram o governo Sa
Page 300:
Os estudantes fecharam a rua Moncor
Page 303 and 304:
Page 305 and 306:
Page 307 and 308:
Page 309 and 310:
Page 311 and 312:
Page 313 and 314:
Page 315 and 316:
314 Concentração para passeata pe
Page 318 and 319:
VELHAS LUTAS E NOVOS DESAFIOS As lu
Page 320 and 321:
Page 322 and 323:
Page 324 and 325:
Ingressou na FND em 1993 e foi elei
Page 326 and 327:
Page 328 and 329:
Page 330:
Page 333 and 334:
Page 335 and 336:
Page 337 and 338:
Page 339 and 340:
show all

Memorabilia CACO 90 ANOS de HISTORIA - UFRJ

Create successful ePaper yourself

Delete template?

Save as template?