1823 Sant'Ana do Livramento - Filhos de Santana
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A divisão<br />
comandada pelo<br />
general <strong>de</strong><br />
infantaria Joaquim<br />
Xavier Cura<strong>do</strong>,<br />
comandante da<br />
Fronteira <strong>de</strong> Rio<br />
Par<strong>do</strong>, estava<br />
concentrada <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
09 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong><br />
1811 próximo <strong>do</strong><br />
Povoa<strong>do</strong> <strong>do</strong>s<br />
Apareci<strong>do</strong>s (Capela<br />
Queimada), às<br />
margens <strong>do</strong> arroio<br />
Inhanduí (afluente<br />
<strong>do</strong> rio Ibirapuitã<br />
chico) a 25 km a noroeste <strong>do</strong>s atuais municípios <strong>de</strong> Alegrete e Sant’Ana <strong>do</strong> <strong>Livramento</strong>. Estava<br />
integrada por: 2 batalhões <strong>de</strong> infantaria da Legião <strong>de</strong> São Paulo. 2 baterias montadas <strong>de</strong><br />
artilharia <strong>de</strong> da Legião <strong>de</strong> São Paulo. 1 esquadrão <strong>de</strong> milícias <strong>de</strong> Rio Par<strong>do</strong>. 1 companhia <strong>de</strong><br />
lanceiros guaranis. O avanço <strong>de</strong> Cura<strong>do</strong> era comanda<strong>do</strong> por Thomaz da Costa.<br />
Nestes dias, surpreendi<strong>do</strong> enquanto marchava, o Briga<strong>de</strong>iro Álvares viu-se repentinamente<br />
obriga<strong>do</strong> a aceitar o combate. Foi um <strong>de</strong>sastre para as forças artiguistas. A <strong>de</strong>rrota fragorosa<br />
soprou o pânico nas fileiras em vias <strong>de</strong> serem dizimadas, tanto que os solda<strong>do</strong>s <strong>do</strong> caudilho<br />
Artigas retiraram-se em fuga. Por nosso la<strong>do</strong>, a perda foi <strong>de</strong> 29 mortos e 55 feri<strong>do</strong>s, enquanto<br />
que o inimigo teve 600 mortos e vários prisioneiros. Gustavo Barroso no seu livro “A guerra <strong>de</strong><br />
Artigas”, com referência a esse combate, na pagina 29 <strong>de</strong>screve:<br />
“Um turbilhão <strong>de</strong> cavalos rolava sobre as coxilhas ver<strong>de</strong>s à luz quente <strong>do</strong> sol <strong>de</strong> outubro. Os<br />
oficiais à frente, as esporas enterradas no vazio <strong>do</strong>s zainos e <strong>do</strong>s malacaras. Os lanceiros<br />
milicianos <strong>de</strong> lança em riste, quase em pé, apoia<strong>do</strong>s nos pesa<strong>do</strong>s estribos <strong>de</strong> bronze. Os dragões,<br />
com as clavinas (carabineiros) curtas à tiracolo e nas mãos, altas no ar, os curvos sabres<br />
refulgin<strong>do</strong>. E ban<strong>de</strong>ira real agitada ao vento nas palpitações convulsas da carpa.<br />
Eram uns quatrocentos homens – dragões <strong>de</strong> Lunarejo <strong>de</strong> Sebastião Barreto, lanceiros <strong>do</strong><br />
Rio Par<strong>do</strong> <strong>de</strong> Francisco Pinto e legionários paulistas <strong>de</strong> Silva Brandão. A or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> carregar os<br />
esquadrões se tinha como em uma parada. Depois a voz <strong>do</strong>s oficiais or<strong>de</strong>nava:<br />
– A trote!<br />
Os acelerava a marcha. E, logo a segunda or<strong>de</strong>m <strong>do</strong>minou, forte, o tropear da cavalhada:<br />
– A galope!<br />
<strong>1823</strong> - Carlos Alberto Potoko - 16 -